O cartão postal do "sonho americano" dos anos 70, 80 e 90 tinha um endereço certo: a cidade de Nova York, nos Estados Unidos, com as duas torres gêmeas do grande completo World Trade Center. A imponência dos 110 andares das duas torres era a marca de uma América perfeita, rica e segura.
Até que esse sonho ruiu, em 11 de setembro de 2001, quando dois aviões sequestrados por terroristas e lotados de passageiros, colidiram em alta velocidade com as duas torres, uma de cada vez, em um intervalo de pouco mais de 20 minutos. Mais de 3 mil pessoas morreram diretamente e outras tantas morreram indiretamente, por câncer, tristeza, depressão e doenças pulmonares (resultante da poeira que tomou conta de Nova York).
Isso foi há 21 anos...
Na cidade de Arlington, Virgínia, a bandeira dos Estados Unidos está desfraldada ao lado do Pentágono para sinalizar o início de uma cerimônia solene. Passaram exatamente 21 anos desde o 11 de setembro de 2001, dia em que o pior ataque terrorista em solo norte-americano matou quase três mil pessoas, de Nova Iorque ao Pentágono.
A sessão junto ao Memorial do Pentágono, onde morreram 184 pessoas nesse dia, teve a presença do presidente Joe Biden, do secretário da Defesa Lloyd J. Austin III e do chefe do Estado-Maior, general Mark A. Milley. Foram honrados aqueles que caíram e confortados os que ficaram. Mas não houve muito mais do que isso. Pela primeira vez desde que os ataques chocaram a América e o mundo, o 11 de setembro parece ter perdido o lugar central que ocupou durante tanto tempo na memória coletiva.
Não é que tenha deixado de ser recordado. Simplesmente agora isso acontece num formato diferente. "A dor diminuiu, mas o dia será sempre recordado com arte e testemunhos", disse ao DN Byron Burton, escritor e gestor de talento que cresceu num meio conservador no centro oeste dos Estados Unidos.
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"Um exemplo é o recente filme de Michael Keaton, Worth, que foi produzido pelos Obamas", salientou. Este filme, conta a luta contra a burocracia que decorreu depois dos ataques para conseguir compensação para as vítimas. "Mostra um novo lado da tragédia e dos heróis que se levantaram", frisou Burton. O filme está disponível na Netflix.
Para muitos, documentários e filmes que dramatizam os eventos do 11 de setembro são a única referência dos ataques. "Passaram 21 anos desde o 11 de setembro e temos uma geração inteira que nasceu depois dos ataques", disse o cientista político Thomas Holyoke, professor na Universidade Estadual da Califórnia em Fresno. "Não ouvi ainda qualquer pessoa falar do 11 de setembro este ano, de todo", reconheceu. "Questiono como é que o 11 de setembro será lembrado à medida que se torna em algo do passado e não da história recente."
Holyoke também usou essa referência. "Talvez seja uma combinação do fim da guerra, o desaparecimento do último líder da Al-Qaeda envolvido, e as pessoas estarem mentalmente preparadas para deixarem que o 11 de setembro se torne num evento histórico, como Pearl Harbor."
Um reflexo do efeito desta passagem do tempo é, por exemplo, o anúncio de que uma das organizações ligadas ao 11 de setembro vai fechar. A Never Forget 9-11 Foundation, uma organização sem fins lucrativos, anunciou o encerramento no final do ano. A fundação angariou fundos com donativos e a venda de itens e foi criada para honrar os heróis do 11 de setembro e ajudar as suas famílias. Vai liquidar o inventário até 31 de dezembro de 2022.
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