Apenas entre 1,6% e 1,9% da população brasileira é doadora de sangue. Em países da Europa, esse índice chega a 5%. De acordo com o Ministério da Saúde, 14 em cada mil brasileiros doam sangue de forma regular nos hemocentros do Sistema Único de Saúde (SUS).
O dado é alarmante e chama a atenção no Dia Mundial do Doador de Sangue, comemorado nesta quarta-feira (14).
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o lema da campanha este ano é "Doe sangue, doe plasma, compartilhe a vida, compartilhe com frequência". A iniciativa faz alusão ao Junho Vermelho, mês de conscientização sobre a doação.
Para Luiz Amorim diretor-geral do Hemorio, rede de hematologia do Rio de Janeiro, é muito pouco. “Nós precisaríamos, pelo menos, de 2,5% a 3%. Globalmente, o número atual é muito baixo para a complexidade da medicina do Brasil e, pelo fato de a população brasileira ser cada vez mais idosa, há maior necessidade de sangue. A gente precisa melhorar e aumentar a doação”, disse.
Amorim lembrou que, hoje, a doação de sangue não é mais um mito, nem dá medo à população. Aproveitando o Dia Mundial do Doador de Sangue, ele estimulou as pessoas a doar. “Porque, sem essa doação, a gente não consegue ter estoque adequado e os hospitais não conseguem fazer cirurgias, tratar adequadamente os pacientes. Nada substitui a doação de sangue, mesmo que ela seja feita a cada três ou dois anos. Qualquer doação é útil. A gente anima a população a continuar doando e a aumentar o número de doações”.
Para ser um doador, é preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar 50 quilos, no mínimo, estar bem de saúde e apresentar documento de identidade oficial com foto. Jovens com 16 e 17 anos só podem doar sangue com autorização dos pais ou responsáveis legais.
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A autorização pode ser acessada no site do Hemorio. Na faixa etária de 60 a 69 anos, as pessoas podem doar, desde que tenham feito alguma doação anterior. Não é necessário estar em jejum, mas deve-se evitar comer alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e não ingerir bebidas alcoólicas 12 horas antes.
Tatuagem e piercing impedem a doação por seis meses. O Hemorio alerta que a perfuração na região oral ou genital ainda segue como impeditivo para doações enquanto houver uso da peça. Informações podem ser obtidas pelo número gratuito 0800 282 0708. O diretor lembrou que quem quiser pode agendar dia e hora para doar, nesse mesmo telefone, ou pelo site. “É muito mais rápido e o processo é bem mais simples”.
Algumas situações, porém, impedem provisoriamente a doação de sangue. Entre elas, estar com febre ou gripado. Grávidas também não podem doar. O mesmo se aplica para quem fez extração dentária há sete dias. Mulheres que estejam amamentando só podem doar depois de um ano após o parto. Quem fez vacinação pode doar, respeitado o intervalo, que pode ser de 48 horas para vacinas contra a gripe e para a vacina Coronavac contra covid. Para as demais vacinas contra a covid-19, o intervalo é de uma semana.
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