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SEXTA-FEIRA NEGRA?

Comércio brasileiro espera recorde de vendas na Black Friday

A estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é de um faturamento de R$ 4,64 bilhões, o que significa 4,3% a mais que em 2022.

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Imagem ilustrativa da notícia Comércio brasileiro espera recorde de vendas na Black Friday camera Comércio varejista nacional está otimista e espera crescimento nas vendas nesta Black Friday de 2023 | Reprodução/Estadão

O Dia de Ação de Graças é um feriado importante nos Estados Unidos. É o dia de comemorar as coisas boas que aconteceram durante o ano, reunir a família em um delicioso jantar e celebrar o início do período natalino. É comemorado na última quinta-feira do mês de novembro. No dia seguinte, sexta-feira, as pessoas aproveitavam o momento para iniciar as compras de Natal, isso nos anos 70. Um policial de Nova York, disse então em entrevista a um jornal “é uma loucura, engarrafamentos, bagunça, pessoas, trânsito, compras, é uma sexta-feira negra (Black Friday)”.

Esta é uma das definições que dão origem ao famoso dia de desconto e compras, que só chegou ao Brasil no final da primeira década de 2000, e de lá pra cá, a data tem sido uma das preferidas do varejo brasileiro. (A outra definição do termo Black Friday tem a ver com a fita da máquina de escrever, uma faixa preta e a outra vermelha. Geralmente os contadores usavam a parte vermelha da fita para mencionar que o saldo estava negativo e a preta (Black) que o saldo estava positivo).

O comércio brasileiro está otimista em relação às vendas da Black Friday, na próxima sexta-feira (24). A estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é de um faturamento de R$ 4,64 bilhões, o que significa 4,3% a mais que em 2022. Se a previsão de concretizar, será o maior volume de vendas para a data, trazida para o Brasil em 2010.

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Um levantamento da CNC mostra que os segmentos de eletroeletrônicos e utilidades domésticas (R$ 1,28 bilhão) e de móveis e eletrodomésticos (R$ 1,05 bilhão) deverão responder por quase metade (48%) da movimentação financeira prevista. Na sequência, se destacam os ramos de hiper e supermercados (R$ 1,02 bilhão) e de vestuário, calçados e acessórios (R$ 0,73 bilhão).

Menos inflação

A desaceleração da inflação é um dos fatores que devem impulsionar as vendas, segundo a CNC. No ano passado, de acordo com a pesquisa, os preços livres da economia acumulavam alta de 9,7%. Este ano, a variação é de 3%.

A valorização de 7,5% do real ante o dólar é outro fator positivo, pois contribuiu para estratégias mais agressivas de preços por parte dos varejistas.

Os cortes recentes na taxa básica de juros por parte do Banco Central (https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2023-11/copom-reduz-juros-basicos-da-economia-para-1225-ao-ano), que favorecem o crédito, representam outro motivador para as compras, principalmente de bens duráveis - geladeira, televisão e celular.

“O início da flexibilização da política monetária a partir de agosto tende a distensionar o mercado de crédito em um evento caracterizado por um volume de vendas relativamente maior de bens duráveis – tradicionalmente mais dependentes das condições de crédito”, argumenta o economista da CNC, Fabio Bentes, responsável pelo levantamento.

Produtos

A pesquisa indicou quais produtos estão sendo mais procurados pelos consumidores na internet nos últimos 30 dias. Na semana em que o país enfrenta uma onda de calor, não chega a ser surpresa a presença de aparelho de ar condicionado no topo. As buscas cresceram 177%.

Com muita gente procurando, o efeito negativo é que os aparelhos têm ficado mais caros nos últimos 40 dias, com alta de 2,9%.

Dos 10 itens monitorados pela CNC, apenas o ar-condicionado e o videogame (+7,9%) estão apresentando preço maior na data que costuma ser associada a promoções. Na sequência, os bens mais procurados são televisão e fogão. Os dois têm apresentado queda nos preços: -1,5% e -2,7%, respectivamente.

Os produtos com maiores descontos médios são smartwatches (-12,4%), notebooks (-9,2%), fones de ouvido (-6,1%) e caixas de som (-5,6%).

Anos de crescimento

Desde 2017 a Black Friday tem apresentado crescimento seguido no volume de vendas. Atualmente é a quinta data mais favorável para o comércio, atrás do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais.

A partir de 2020, o crescimento se mostrou mais intenso, por causa da intensificação do comércio online. Além disso, a facilidade para consulta e a comparação de preços pela internet explicam o ganho de importância da Black Friday no calendário nacional, segundo a CNC.

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