A hiperplasia prostática benigna (HPB), ou próstata aumentada, é um problema que atinge 85% dos homens após os 40 anos de idade, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Para alguns deles, o crescimento da próstata acontece de maneira desordenada, fechando o canal urinário e, por isso, precisa ser tratado para evitar alterações da função da bexiga e dos rins.
O avanço da medicina proporciona soluções cada vez mais eficazes para a condição, como a aplicação de vapor de água para remover o tecido que obstrui a uretra em uma cirurgia minimamente invasiva e rápida, feita em poucos minutos no ambulatório.
O procedimento chamado de Rezum é uma opção para os homens que não querem tomar medicação ou passar por operações como as raspagens prostáticas, que podem afetar a libido, prejudicar a força, memória, virilidade e a ejaculação, afirma o urologista Dorival Duarte Jr.
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O médico explica que o vapor de água a 107 graus é aplicado diretamente na região aumentada da próstata com uma agulha, causando a necrose térmica da área afetada. Assim, o procedimento proporciona o alívio rápido dos sintomas com mínima agressão ao corpo.
Uma aplicação de vapor é feita a cada 9 segundos e é suficiente para cada 10 g de próstata. Todo o processo é realizado com sedação leve e pode ser feito em minutos no ambulatório, sem necessidade de internações longas. O paciente pode receber alta no mesmo dia, ficando apenas com uma sonda por uma semana. A recuperação completa acontece em aproximadamente três meses.
“Nós identificamos os pontos de inchaço da próstata e fazemos uma injeção com água a 107 graus Celsius no local, por meio de um aparelho em forma de pistola. O líquido vaporiza as células doentes, levando à desnaturação e redução gradual do inchaço em até três meses”, explica o coordenador da equipe urológica do Hospital São Luiz Campinas.
PRÓSTATA AUMENTADA
O peso da próstata saudável varia de 25 g a 35 g. A hiperplasia prostática benigna (HPB), ou próstata aumentada, é o crescimento benigno na parte central da próstata, que pode comprimir a uretra e a bexiga e até mesmo fechar o canal urinário.
Como consequência, o homem pode sentir desconforto na hora de urinar, ter resíduo pós-miccional, gotejamento, intermitência urinária, diminuição da força do jato, aumento no número de vezes que vai ao banheiro e incontinência urinária. Entre as principais complicações estão alterações da função da bexiga e dos rins, incluindo a perda da função desses órgãos em casos mais extremos.
O médico esclarece que a condição não tem relação com o câncer de próstata, que costuma aparecer na área periférica.
CIRURGIA NOVA NO BRASIL
A técnica é nova no Brasil. Ela chegou no final de 2023 nos centros de saúde de algumas capitais e foi realizada pela primeira vez na região de Campinas (São Paulo) no final de junho, no Hospital São Luiz Campinas, da Rede D’Or.
Toda a cirurgia durou cerca de três minutos, com sedação leve e sem necessidade de internação longa. O paciente, que não teve o nome identificado, recebeu alta poucas horas depois da cirurgia, e segue com boa recuperação.
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