
Antério Mânica, ex-prefeito de Unaí (MG) e um dos condenados pela Chacina de Unaí, morreu na manhã desta quinta-feira (15), em Brasília, aos 77 anos. A informação foi confirmada por familiares.
Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês e faleceu após complicações causadas por um traumatismo craniano. A lesão ocorreu após uma queda no quarto da unidade de saúde, no início de maio. Mânica passou por uma cirurgia de emergência no dia 9 e, desde então, permanecia em coma induzido e estado grave.
Além do traumatismo, o ex-prefeito tratava um câncer de pâncreas e apresentava outras comorbidades, como diabetes e hipertensão. Ainda não há informações sobre velório e sepultamento.
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Antério Mânica foi condenado por envolvimento em um dos crimes mais brutais da história recente do país. Em 2004, três auditores fiscais do Ministério do Trabalho — Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares e Nelson José da Silva — e o motorista Ailton Pereira de Oliveira foram assassinados enquanto investigavam denúncias de trabalho escravo em fazendas da região de Unaí.
Segundo as investigações, os irmãos Antério e Norberto Mânica foram apontados como mandantes do crime. Em 2015, Antério foi condenado a 100 anos de prisão, mas teve a sentença anulada em 2018. Um novo julgamento foi realizado, e, em maio de 2022, ele foi novamente condenado, desta vez a 64 anos de prisão por quádruplo homicídio triplamente qualificado.
Desde novembro de 2024, o ex-prefeito cumpria pena em regime domiciliar.
A chamada "Chacina de Unaí" teve grande repercussão nacional e internacional, sendo considerada um ataque direto ao combate ao trabalho escravo no Brasil. O caso ainda é lembrado como símbolo da violência no campo e da impunidade que permeia disputas por terras e poder político no interior do país.
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