Uma investigação apura como uma organização criminosa obteve credenciais reais de magistrados para invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A fraude permitiu a emissão de alvarás de soltura falsos, resultando na liberação irregular de quatro detentos do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Gameleira, em Belo Horizonte, no último sábado (20).
Segundo o CNJ, não houve uma invasão técnica ou quebra de segurança do sistema, mas sim o uso indevido de logins e senhas válidos. Com o acesso legitimado, os hackers operaram como se fossem autoridades, inserindo ordens fraudulentas diretamente no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). O erro foi identificado e as decisões anuladas em menos de 24 horas.
Veja também:
- Dois homens em saída temporária foram presos em bar. Veja os detalhes
- Mesmo às vésperas do Natal, PC deflagra operação contra facções e prende quatro em Marabá
- Um ano após tragédia na ponte JK, sobrevivente cobra justiça
Detalhes da operação e recaptura
Os beneficiados pela fraude haviam sido presos apenas dez dias antes, em 10 de dezembro, justamente sob a suspeita de integrarem a quadrilha que realizava os acessos ilegais ao Judiciário. Até o momento, a situação dos envolvidos é a seguinte:
- 01 detento foi recapturado pelas forças de segurança;
- 03 detentos permanecem foragidos.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) confirmou que os mandados de prisão originais já foram restabelecidos e que o sistema de segurança foi acionado para localizar os fugitivos.
Resposta das autoridades
Em nota, o CNJ reiterou que não há indícios de falhas estruturais nos sistemas ou participação de servidores no esquema. O foco das investigações agora é descobrir como o grupo obteve as credenciais dos magistrados.

Como medida de precaução, o Governo de Minas Gerais anunciou que passará a atrasar o cumprimento de ordens de soltura. O objetivo é criar uma etapa de verificação adicional para checar a autenticidade de cada decisão judicial antes que o preso deixe a unidade prisional.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar