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TRÁFICO DE PESSOAS

Número de brasileiros traficados para atuar em bets preocupa

Atraídos por salários altos, jovens brasileiros são vítimas de falsas promessas e acabam sendo mantido em cárcere privado por redes internacionais.

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Imagem ilustrativa da notícia Número de brasileiros traficados para atuar em bets preocupa camera A prática criminosa ocorre majoritariamente em países do Sudeste Asiático — como Filipinas, Camboja, Laos e Mianmar. | ​Foto: Reprodução

O tráfico internacional de pessoas para exploração em plataformas ilegais de apostas e fraudes digitais tem se consolidado como uma nova frente do crime organizado. Segundo o Relatório Nacional sobre Tráfico de Pessoas 2024, divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), brasileiros têm sido aliciados com falsas promessas de emprego no exterior e, ao chegarem ao destino, são submetidos a condições análogas à escravidão.

A prática criminosa ocorre majoritariamente em países do Sudeste Asiático — como Filipinas, Camboja, Laos e Mianmar — e já soma ao menos 35 casos registrados. Os aliciadores atuam pelas redes sociais e oferecem vagas em atendimento virtual ou suporte digital, mas, ao chegarem aos locais, as vítimas são mantidas sob vigilância, têm os documentos retidos e são forçadas a trabalhar em jornadas exaustivas.

Segundo Marina Bernardes, coordenadora da Coordenação-Geral de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (CGETP), a região se tornou um polo global de apostas ilegais online, e os grupos criminosos buscam pessoas de diversos idiomas para aplicar golpes internacionais. “Desde o golpe do amor até pirâmides financeiras, é um cardápio completo de fraudes”, afirma.

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Um dos casos de maior repercussão envolveu os brasileiros Phelipe Ferreira e Liukas Santos, resgatados de um centro de exploração cibernética em Mianmar. Ambos haviam sido atraídos por promessas de emprego e foram mantidos sob vigilância armada, obrigados a aplicar golpes em diversas línguas. Phelipe relatou que chegou a ser agredido fisicamente por não cumprir metas e foi forçado a fazer centenas de agachamentos sobre pregos.

Há ainda indícios de que esse modelo de tráfico esteja migrando para países africanos. Pelo menos cinco brasileiros já foram identificados em situação semelhante na Nigéria, o que acende o alerta para uma possível expansão da prática criminosa.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, 49 brasileiros foram oficialmente identificados como vítimas de tráfico em 2024, mas o número real pode ser muito maior, devido à subnotificação. Muitos aceitam o risco na esperança de ganhar dinheiro rapidamente, mas acabam sendo transferidos de local em local por diferentes quadrilhas.

Diante do crescimento desse tipo de crime, foi criado um protocolo interinstitucional que organiza o processo de resgate e repatriação das vítimas. O fluxo envolve o Ministério da Justiça, Polícia Federal e Defensoria Pública da União, além dos consulados.

A Polícia Federal abriu 149 inquéritos em 2023, número recorde, e desde 2017 já são mais de 660 investigações sobre tráfico humano. Para Marina Bernardes, é fundamental que o combate inclua ações de prevenção, especialmente entre jovens. “Esse perfil jovem, com desejo de viajar e viver novas experiências, é o mais visado por aliciadores”, destaca.

A coordenadora ainda chama atenção para um novo desafio: a exploração virtual sem deslocamento físico. “Há vítimas sendo aliciadas, chantageadas e exploradas sem sequer sair do país, em fraudes online e exploração sexual pelas redes sociais”, alerta. Esse cenário amplia as formas de tráfico e exige novas estratégias de enfrentamento por parte das autoridades.

Fonte: Metrópoles

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