
O “subway surfing” é uma prática perigosa em que pessoas andam sobre o teto ou se penduram nas laterais de trens do metrô em alta velocidade. O ato, que existe há décadas, voltou a se popularizar nos últimos anos por meio das redes sociais, especialmente entre adolescentes que buscam registrar vídeos e desafios.
Apesar da aparência de aventura, a prática é extremamente arriscada e tem resultado em um número crescente de mortes. Apenas em Nova York, as autoridades registraram nove óbitos relacionados ao subway surfing desde 2023.
O caso mais recente ocorreu no último sábado (4), quando duas adolescentes foram encontradas mortas sobre o teto de um trem da linha J, que chegava à estação Marcy Avenue, em Williamsburg, no Brooklyn. De acordo com o chefe da agência de trânsito, Demetrius Crichlow, as vítimas tentavam realizar a manobra quando foram atingidas durante o trajeto.
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Os policiais acionados encontraram as meninas inconscientes no teto do último vagão. Os socorristas tentaram reanimá-las, mas elas não resistiram.
Autoridades fazem novo alerta
O presidente da New York City Transit, Demetrius Crichlow, lamentou as mortes e reforçou o alerta aos jovens e familiares.
“É de partir o coração que duas meninas tenham perdido a vida porque acharam que andar do lado de fora de um trem do metrô era uma brincadeira aceitável”, afirmou.
Crichlow ainda classificou o comportamento como um ato suicida.
“Pais, professores e amigos precisam deixar claro: subir em um vagão do metrô não é surfar — é suicídio”, declarou.
Tendência mortal nas redes
Segundo a Autoridade Metropolitana de Transportes (MTA), vídeos e publicações de subway surfing têm se multiplicado nas plataformas digitais, influenciando adolescentes a imitar o comportamento. Desde 2023, a MTA passou a utilizar drones para monitorar áreas de risco e atua em parceria com o Instagram e o TikTok para remover conteúdos que incentivem a prática.
Os números, no entanto, mostram que a tragédia continua se repetindo. Até agosto deste ano, três pessoas já haviam morrido tentando a manobra — todas jovens. Em 2024, seis mortes foram confirmadas, contra cinco em 2023.
“Eles ainda vão continuar fazendo isso”
Moradores da região do Brooklyn reagiram com tristeza à notícia, mas também com pessimismo sobre o fim da prática.
“Mesmo que duas crianças tenham acabado de falecer, eles ainda vão continuar fazendo isso”, disse Duran Walker, pai de dois adolescentes que vive próximo à estação Marcy Avenue.
Já Esrin Boran, que trabalha em uma barraca de frutas sob a estação, expressou indignação.
“O que você acha que é isso? Se você morrer, sua mãe vai se sentir pior do que nunca. Você está morto”, lamentou.
Fonte: Metrópoles, AP News
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