
Uma pane global na Amazon Web Services (AWS), o braço de computação em nuvem da Amazon, paralisou centenas de plataformas e serviços digitais nesta segunda-feira (20), em um incidente que reacendeu o debate sobre a perigosa concentração da infraestrutura da internet em poucos provedores.
Grandes nomes como Alexa, Zoom, Duolingo, Snapchat, Fortnite, Mercado Livre e Prime Video foram afetados, deixando milhões de usuários em todo o mundo sem acesso.
De acordo com o site de monitoramento DownDetector, a instabilidade teve início por volta das 4h11 (horário de Brasília) e gerou um pico de mais de 6,5 milhões de registros de falhas em diversos países, atingindo ao menos mil empresas.
O Epicentro da Crise
A própria Amazon confirmou que o problema se concentrou na região US-EAST-1, no norte da Virgínia, Estados Unidos. Esta área é estratégica, abrigando um dos principais data centers e parte essencial da infraestrutura global da AWS.
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A empresa explicou em comunicado que a interrupção envolveu "taxas de erro significativas" no DynamoDB, seu sistema de banco de dados para aplicações de alta demanda. A falha inicial se propagou, impactando mais de 60 produtos hospedados na mesma região, em um efeito cascata que comprometeu serviços essenciais para a operação das gigantes digitais.

Às 14h38 (horário de Brasília), a AWS informou que as medidas de mitigação estavam progredindo, com "sinais iniciais de recuperação" em subsistemas internos do EC2, mas a estabilização completa ainda estava em curso.
Dependência Excessiva Causa Alerta Global
O incidente, classificado por especialistas como um dos maiores apagões da internet desde a falha da CrowdStrike no ano passado — que causou prejuízos estimados em US$ 5 bilhões —, serviu como um severo alerta para a crescente fragilidade da rede global.
Analistas destacam a dependência excessiva do mundo online em um pequeno grupo de provedores de nuvem, como AWS, Microsoft (Azure) e Google (Google Cloud).

"A internet foi originalmente projetada para ser descentralizada e resiliente, mas hoje grande parte do nosso ecossistema online está concentrado em um pequeno número de regiões de nuvem. Quando uma dessas regiões sofre uma falha, o impacto é imediato e generalizado."
— Rob Jardin, diretor digital da NymVPN, à CNN.
Harry Halpin, diretor-executivo da NymVPN, classificou a situação como "extremamente perigosa" ao The New York Times, reforçando que a infraestrutura de países inteiros não deveria depender de poucos pontos de falha. A frequência de eventos como o da AWS, ou o colapso de 11 horas da AT&T no ano passado, reforça o coro por uma descentralização da tecnologia.
Alexandra Geese, membro do Parlamento Europeu pela Alemanha, chegou a defender que a infraestrutura digital europeia seja hospedada na própria Europa, sob leis locais, classificando a interrupção desta segunda-feira como uma "questão de segurança e resiliência".
AWS não foi a única
- A falha na AWS não foi a única que deixou a internet instável globalmente nos últimos tempos:
- No ano passado, uma falha no software da CrowdStrike derrubou grandes partes da internet;
- Na ocasião, o problema travou computadores no mundo todo, o que provocou interrupção de serviços essenciais, como hospitais, e provocou o cancelamento de voos;
- O prejuízo foi de US$ 5 bilhões. Relembre o caso aqui;
- Também no ano passado, a empresa de telecomunicações AT&T passou por um colapso de 11 horas que cortou a conexão dos clientes.
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