Em um achado que redefine os limites da anatomia biológica, pesquisadores canadenses confirmaram a descoberta de um sapo com uma anomalia inédita: os globos oculares do animal estão localizados e fundidos ao palato superior (céu da boca), permitindo-lhe enxergar apenas quando abre a boca.
O espécime foi encontrado na província de Ontário em 1992 e até hoje está sendo analisado por biólogos especializados em morfologia e desenvolvimento embrionário de anfíbios.
O caso é considerado um dos mais surpreendentes já registrados na biologia moderna, desafiando o conhecimento estabelecido sobre o desenvolvimento de vertebrados.
O registro, feito pelo fotógrafo Scott Gardner, mostra um animal com uma rara macromutação genética que deslocou completamente seus olhos para o interior da cavidade bucal. Apesar da anomalia, o saco conseguia enxergar normalmente, desde que mantivesse a boca aberta.
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Mutação Genética Rara, Não Fraude
Segundo o relatório preliminar divulgado pela equipe, a descoberta não se trata de uma fraude ou montagem, mas de uma mutação genética real e severa. A hipótese mais forte aponta para uma falha crítica no processo de neurulação, a etapa embrionária crucial para a formação do sistema nervoso e dos órgãos sensoriais.

Normalmente, os campos oculares surgem do tubo neural e migram para as laterais da cabeça. No entanto, no caso deste anfíbio, essa migração teria sido interrompida ou drasticamente desviada, resultando na fusão dos olhos ao interior da cavidade bucal.
- Termo Técnico: O fenômeno é classificado como um caso extremo de heterotopia ocular, onde tecidos de um órgão aparecem em locais anômalos.
- Contexto Científico: Embora raríssimos, já houve registros isolados de olhos mal posicionados em outras espécies (peixes e répteis), mas nunca com este nível de deslocamento funcional. Falhas em genes reguladores, como o PAX6 (essencial para o desenvolvimento ocular em vertebrados), podem estar envolvidas, conforme apontam estudos de embriologia comparada.
Poluentes e Riscos Ecológicos na Mira
As causas exatas para esta mutação ainda estão sob profunda investigação. Os cientistas cogitam que fatores ambientais possam ter desempenhado um papel crucial.
A província de Ontário, onde o sapo foi localizado, inclui regiões historicamente expostas a poluentes e pesticidas agrícolas. Anfíbios são notoriamente sensíveis à contaminação ambiental, e a exposição a substâncias mutagênicas na fase embrionária pode interferir severamente na sua formação.
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A descoberta, além de um mistério anatômico, serve como um alerta contundente. Ela destaca a complexidade dos mecanismos do desenvolvimento embrionário e, principalmente, os riscos das mutações genéticas induzidas por desequilíbrios ecológicos e contaminação ambiental.
Os pesquisadores planejam dar seguimento à análise genética detalhada do espécime para isolar o gene ou genes responsáveis pela anomalia.
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