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SUPERAÇÃO

Mãe vence a covid-19 e reencontra filhos gêmeos no Pará

A jovem Fernanda Cristine, 29 anos deu entrada na emergência obstétrica da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP), com 80% por cento de comprometimento dos pulmões. Precisou ser entubada e submetida a uma cesariana de emergência no mesmo momento

Imagem ilustrativa da notícia Mãe vence a covid-19 e reencontra filhos gêmeos no Pará camera Fernanda Cristine, o esposo Ailton e os gêmeos Gabriel e Miguel. | Ascom / FSCMPA

No começo de junho deste ano, a pandemia do coronavírus invadiu o lar da família Dias, de Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará. O agricultor Ailton, 26 anos, e a dona-de-casa Fernanda Cristine, 29 anos, preparavam-se para o nascimento dos primeiros filhos, gêmeos, quando tudo mudou.

Aos sete meses de uma gravidez então saudável, livre de qualquer intercorrência, Fernanda evoluiu sintomas da covid-19, de forma repentina.

Fernanda Cristine, o esposo Ailton e os gêmeos Gabriel e Miguel.
📷 Fernanda Cristine, o esposo Ailton e os gêmeos Gabriel e Miguel. |Ascom / FSCMPA

Transferida via aeromédica, pelo Governo do Estado, em 6 de junho, para a capital Belém, dentro de um turboélice aparelhado, em diligência pelo sistema de regulação da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sespa), a gestante deu entrada na emergência obstétrica da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP), com 80% por cento de comprometimento dos pulmões. Precisou ser entubada e submetida a uma cesariana de emergência no mesmo momento.

Depois de uma semana de ventilação mecânica e mais oito dias de enfermaria, Fernanda Cristine recebeu alta hospitalar. Ela continua sob cuidados, para recuperação de uma sequela no braço esquerdo. No último 19 de junho, a mãe pôde, enfim, reencontrar Gabriel e Miguel.

Mãe vence a covid-19 e reencontra filhos gêmeos no Pará
📷 |Ascom / FSCMPA

“Quando a gente engravidou, nunca imaginou que tudo isto fosse acontecer. No instante em que revi meus filhos, chorei muito, não acreditava, nós somos parecidos com um milagre. Reencontrar meus bebês significou perfeição. A Santa Casa salvou nossas vidas. Eu sei que é uma benção da fé, da medicina, da enfermagem, de todos os profissionais e de toda esta estrutura, eu poder estar com meus dois filhos no braço”, emociona-se.

Humanização

Até a alta da mãe, as crianças ficaram junto do pai, na perspectiva de tratamento humanizado. Para poder ter contato com os filhos, Ailton, antes, se afastou em quarentena cautelar, de modo a se descartar que estivesse portador de covid.

Mãe vence a covid-19 e reencontra filhos gêmeos no Pará
📷 |Ascom / FSCMPA

As crianças superaram uma passagem pela Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), e agora, estão internadas na Unidade de Cuidados Intermediários (UCINCA), do Método Canguru, para se desenvolverem melhor e ganharem peso.

Uma das estratégias é a alimentação com leite humano, do Banco de Leite Humano (BLH) do hospital.

“Eu não canso. Quando eles nasceram, eu renasci, desta vez como pai. É muita felicidade que nossa família voltou a ser completa, com a cura da minha esposa”, conta Ailton.

O pai, em revezamento com a mãe, agora, desfruta horas seguidas, em livre demanda, no contato pele a pele com os bebês.

Mãe vence a covid-19 e reencontra filhos gêmeos no Pará
📷 |Ascom / FSCMPA

Além das equipes multiespecializadas do setor, a rede de apoio é complementada com a presença ativa da avó paterna, a cozinheira, Maria Aparecida Dias, 49, que também chegou de Canaã para conhecer o sexto e sétimo netos e ajudar nas técnicas orientadas, como troca de fraldas e banho humanizado.

“Meu filho aprendeu a segurar bebê aqui. E é um ciúme, um amor de leão, não há nada que o tire de perto dos bebês dele”, revela.

Referência

Maior maternidade pública da região norte do país, e referência em gravidezes de médio e alto riscos, inclusive nos casos de contaminação pelo coronavírus, a Santa Casa é unidade de retaguarda do Governo do Estado para o enfrentamento da pandemia.

Em 2020, foram atendidas mais de 1.800 grávidas com sintomas de covid-19.

Desde o início da crise sanitária mundial, o Hospital executa protocolo especial de atendimento para grávidas e puérperas, tanto com a suspeita, quanto com a confirmação da doença.

Com medidas como, fluxo diferenciado de leitos e terapias de suporte, o protocolo se mantém em constante atualização, a depender das novidades científicas.

De acordo com a gerente geral da Maternidade da Santa Casa, a obstetra Marília Gabriela Luz,“ tal protocolo, é baseado em evidências da literatura e, sobretudo, nas recomendações do Ministério da Saúde [MS] e da Organização Mundial de Saúde [OMS]”, contextualiza.

Grávidas devem tomar vacina

A especialista reforça que é de máxima importância que grávidas e puérperas se vacinem contra o coronavírus, inclusive em sentido prioritário, uma vez que são consideradas grupo de risco, com potencial maior de complicações, em comparação à média da população geral.

“Quase todas as vacinas disponíveis na atualidade não representam perigo a uma gestação. Apenas a Astrazeneca está sendo associada a um maior risco de trombose e por isso acabou, por enquanto, mantendo-se contraindicada na gravidez”, explica Luz.

Segundo boletim do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em fim de junho, a taxa de mortalidade da covid-19, entre mulheres grávidas e puérperas no Brasil, de 7,2%, é pelo menos 2,5 % do que a taxa nacional, de 2,8%.

O índice, tem localizado o Brasil, como o país com o maior número de mortes maternas, por covid no planeta.

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