A produção de máquinas agrícolas não está acompanhando a alta demanda de colheita de grãos em todo o Brasil e esse reflexo já se pode ver em Marabá, Rondon do Pará, Dom Eliseu e na região sul e sudeste paraense. O produtor que quiser comprar uma máquina para sua produção hoje dificilmente vai encontrar, o prazo para entrega de novas encomendas de máquinas é somente para o segundo trimestre do ano que vem.
A situação ainda é mais contundente com a resposta das fábricas para suprir o agronegócio. Já há uma sinalização de que as fábricas não irão ter produção extra para o início do ano de 2022 e isso vai alongar os prazos de entrega.
A informação foi confirmada por Eugênio Alegretti, executivo da Sulpará Caminhões e Máquinas – Massey Ferguson em Marabá. Segundo o executivo, a demanda de grãos no Brasil tem sofrido algumas mudanças. "Já existia uma tendência de alta pelo aumento da demanda mundial por soja e milho principalmente e o processo de pandemia acabou alterando isso", declarou.
"Paralelo a isso, tivemos um aumento da produção no Brasil e em geral, com algumas exceções, tivemos um aumento da produtividade. Então esse setor foi beneficiado em primeiro momento até mesmo com o aumento do commodities com dólar alto o que levou a um barateamento das dívidas desse setor que são feitas a longo prazo", enfatizou Alegretti.
SETOR AQUECIDO
Todo esse conjunto de fatores resultou em aumento da demanda de máquinas, armazenagens, cilos, e aumento de investimentos em irrigação, fazendo que com que a demanda ficasse bem aquecida há mais de um ano, o que deve se manter segundo o executivo. "Entretanto esse ganho do produtor começa a ficar mais achatado porque nós também tivemos um processo de aumento de máquinas agrícolas causados pelos commodities minerais que aumentaram de preço", declara.
De maneira geral o setor está bem aquecido com aumento da produção. Esse ano a indústria vai entregar um número muito maior de máquinas no mercado brasileiro, porém a demanda cresceu mais ainda. "Vai ficar ainda muita gente sem máquina", ponderou Eugênio. Um trator para se plantar soja está na casa média de R$ 800 mil, uma plantadeira também bem próximo desse valor e uma colheitadeira na faixa de R$ 2 milhões. "Essa produção de máquinas acabam gerando muitos empregos diretos tanto na região quanto em todo o território nacional, emprego na indústria, na assistência técnica, emprego para o operador, para o borracheiro, vagas de um profissional de um valor agregado maior", explicou.
FALTA DE INSUMOS
O mercado de produção de máquinas só não está crescendo mais por causa da limitação da produção ocasionada por falta de insumos e pelo colapso da logística mundial principalmente de navios que tem atrapalhado bastante a produção. (Com apoio de Zeca Moreno).
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