![Manifestações em todo o Brasil lembram o massacre de Eldorado dos Carajás Imagem ilustrativa da notícia Manifestações lembram o massacre de Eldorado dos Carajás](https://cdn.dol.com.br/img/Artigo-Destaque/800000/1200x0/MASSACRE3_00805231_0_-t.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F800000%2FMASSACRE3_00805231_0_.jpg%3Fxid%3D2609965&xid=2609965)
Diversas manifestações realizadas em todo o Brasil lembram um dia triste e que manchou a história do Pará. O chamado massacre de Eldorado dos Carajás completa 27 anos nesta segunda, dia 17 de abril de 2023. Pelo menos 19 trabalhadores sem terra foram assassinados em confronto com a Polícia Militar na Curva do S, atualmente na BR-155, à época, PA-150, na entrada do município de Eldorado dos Carajás.
A agenda de manifestações foi anunciada durante o lançamento da 26ª Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
De acordo com a organização, haverá mobilizações, marchas, vigílias e ocupações de terra em todos os estados em memória e justiça pela ação violenta da Polícia Militar do Pará, em 17 de abril de 1996, de repressão a uma marcha de Sem Terras que saiu de Curionópolis em direção a Belém, mas que nunca terminou.
No auditório da Unidade I da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Campus de Marabá, às 19h, será realizada uma mesa-redonda intitulada “Conflitos na Floresta: linguagens, personagens e suas lutas nas Amazônias”.
O evento faz parte do encontro organizado em parceria com a Faculdade de Educação do Campo (Fecampo), do Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia (PDTSA), do Programa de Pós-Graduação em História (PPGHIST) e do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica na Amazônia (PROCAD/Amazônia).
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A conversa tem como objetivo debater algumas das estratégias e expectativas de camponeses, ambientalistas, indígenas, posseiros-agroextrativistas contra agropecuaristas, mineradoras, usinas hidrelétricas e empresas de extração de madeira em contexto amazônico.
NÚMEROS
Em 2022, 47 camponeses foram mortos em conflitos fundiários no Brasil. É o que indica o levantamento anual feito pelo Centro de Documentação Dom Tomás Balduino, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). O material completo será apresentado às 9h desta segunda-feira (17), durante seminário no Auditório Esperança Garcia, da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UNB). O evento será transmitido ao vivo no canal do YouTube da instituição.
![Na cursa do S, local do massacre, troncos foram erguidos representando os sem terra mortos](https://cdn.dol.com.br/img/inline/800000/767x0/MASSACRE2_00805231_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol.com.br%2Fimg%2Finline%2F800000%2FMASSACRE2_00805231_0_.jpg%3Fxid%3D2609968%26resize%3D380%252C200%26t%3D1719519474&xid=2609968)
De acordo com a CPT, o número de assassinatos de camponeses em 2022 subiu 30,55% em relação ao ano anterior. A programação do lançamento do relatório se estenderá até as 17h, com mesas de debate.
COMBATE AOS JUROS ALTOS
O MST incluiu a defesa da política de juros baixos na pauta de sua 26ª Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária. O combate aos juros altos passou a dividir as prioridades do movimento.
“Nossa tarefa número 1 é defender o governo Lula, que ajudamos a eleger. E em segundo lugar lutar contra a política de juros do Banco Central. Neste mês de abril vamos chamar os trabalhadores do campo e da cidade para explicar tudo isso. Não está em discussão a importância do Banco Central, mas essa política desnecessária no atual momento econômico,” afirma João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do movimento.
O FATO
Em 17 de abril de 1996, 19 trabalhadores sem-terra foram assassinados por policiais militares no Pará, após o bloqueio de uma rodovia naquele estado. O massacre de Eldorado dos Carajás ganhou repercussão em todo o mundo e a organização internacional que reúne movimentos sociais, Via Campesina, declarou o 17 de abril como o Dia Internacional de Luta pela Terra.
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