
Por apenas 0,1 décimo de diferença, a Acadêmicos da Grande Rio não leva o troféu de campeã dos Desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. A vitoriosa foi a Beija-Flor, mas nada disso tirou o brilho da escola que leva o Rio de Janeiro no nome e homenageou o seu estado irmão na herança portuguesa, até no sotaque ‘xiado’, o Pará.
Com homenagem ao Pará, a Acadêmicos da Grande Rio conquistou o vice-campeonato do Carnaval 2025, ficando a apenas 0,1 décimo da grande vencedora, a Beija-Flor. A cultura do Pará foi o grande destaque na Marquês de Sapucaí, na madrugada desta quarta-feira, 5, com o desfile arrebatador da escola de Samba.
A escola de Duque de Caxias levou à avenida o enredo “Pororocas Parawaras – As águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”, que mergulhou nas tradições amazônicas e emocionou o público com suas alegorias monumentais e a força do samba.
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Desde os primeiros minutos na avenida, a escola conquistou a plateia, que cantou o samba com entusiasmo e balançou bandeiras do Pará ao longo do desfile. A comissão de frente trouxe um espetáculo visual impressionante, com alegorias gigantes, barcos móveis e representações de animais marinhos que remetiam à lenda das princesas turcas Jarina, Herondina e Mariana, que, ao chegarem à Amazônia, se transformaram em criaturas das águas.
A proposta estética da escola reforçou a grandiosidade do enredo. O primeiro setor, em tons de azul, remetia à força dos rios e das encantarias amazônicas, enquanto o último trouxe as cores vibrantes das festas do Marajó. Para aumentar a imersão no tema, a escola utilizou canhões de luz ao longo da avenida, criando um efeito visual que simulava a pororoca, fenômeno natural em que as águas do rio encontram o oceano.
Artistas paraenses se destacam
Além do espetáculo visual, a escola abriu espaço para grandes nomes da cultura paraense. A cantora Dona Onete, cuja música Quatro Contas serviu de inspiração para o enredo, desfilou ao lado de outras personalidades do estado, como a atriz Dira Paes, a cantora Fafá de Belém e Mestre Damasceno, criador do Búfalo-Bumbá.
“Foi maravilhoso, maravilhoso! [E ainda teve] uma música minha. Eu achei muito lindo”, comemorou Dona Onete ao fim do desfile.
Fafá de Belém, que representou a princesa Mariana, também celebrou a recepção do público. “Eu estou com o joelho completamente estourado, mas segui até o final. Foi lindo o povo todo cantando o samba”, disse.
Dira Paes destacou a emoção de ver o Pará representado na Sapucaí. “Foi indescritível. Foi lindo, potente, profundo. Um samba-enredo de primeira e os paraenses devolvendo todo o carinho durante todo o percurso”, afirmou.
A escola ainda teve um momento de tensão quando um dos balões do abre-alas, que representavam águas-vivas e peixes, ficou preso na fiação elétrica no setor 1. A direção da Grande Rio, no entanto, conseguiu resolver o problema rapidamente, e o desfile seguiu sem comprometer o espetáculo.
Despedida de Paolla Oliveira
Outro momento marcante foi a despedida de Paolla Oliveira do posto de rainha de bateria da Grande Rio. Após sete anos à frente da bateria, a atriz brilhou em sua última passagem pela Sapucaí.
“Foi lindo demais! É difícil ter noção lá de dentro da avenida, mas deu para sentir, deu para sentir”, disse Paolla após o desfile.
Com um samba forte e uma apresentação arrebatadora, a Grande Rio se coloca como uma das favoritas ao título deste ano. Campeã do Grupo Especial em 2022, a escola de Duque de Caxias mostrou mais uma vez sua força e emocionou o público ao trazer para a Sapucaí a riqueza das tradições amazônicas.
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