
O Dia da Conscientização contra a Obesidade Infantil, celebrado em 3 de junho, acende um alerta sobre um dos problemas de saúde pública que mais cresce no Brasil e no mundo. Em alusão à data, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) chama a atenção da sociedade para os riscos do excesso de peso na infância e reforça a importância da prevenção desde os primeiros anos de vida.
A obesidade infantil é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal em crianças de até 12 anos, comprometendo sua saúde física e emocional. De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2024, a projeção é alarmante: até 2035, metade das crianças entre 5 e 19 anos poderá apresentar Índice de Massa Corporal (IMC) elevado. No Brasil, 1 a cada 3 crianças já convivem com o excesso de peso e, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 15% delas estão obesas.
No Pará, a situação é ainda mais desafiadora, segundo dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan). De janeiro a maio de 2025, entre crianças de zero a cinco anos, 19,19% estão em risco de sobrepeso, 8,33% com sobrepeso e 5,06% com obesidade. Já entre crianças de cinco a dez anos, 14,29% apresentam sobrepeso, 7,4% obesidade e 3,66% obesidade grave.
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Para a coordenadora estadual de Nutrição da Sespa, Walkiria Moraes, a prevenção deve começar na primeira infância. “A formação de hábitos saudáveis é essencial. O aleitamento materno exclusivo até os seis meses, a introdução de alimentos naturais, frutas, verduras e proteínas saudáveis, além da redução de ultraprocessados, são fundamentais. Também é preciso estimular atividades físicas e limitar o tempo de telas”, orienta.
Além da atuação das famílias, o Estado tem papel essencial na promoção de saúde. No Pará, a Sespa desenvolve programas intersetoriais com apoio de áreas como educação, assistência social e agricultura. Entre eles, o Programa Saúde na Escola (PSE), que realiza avaliações nutricionais, promove alimentação saudável e incentiva práticas esportivas nas escolas públicas.
A rede estadual de ensino também conta com o suporte técnico de nutricionistas por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que garante refeições balanceadas e uso de produtos regionais. Já nas Usinas da Paz (UsiPaz), crianças e adolescentes têm acesso gratuito a esportes como natação, artes marciais e dança, contribuindo para o bem-estar físico e mental.

Em nível nacional, o Brasil conta com o Sisvan, os Guias Alimentares para a População Brasileira e para crianças menores de dois anos, além da Lei nº 13.666/2018, que torna obrigatória a educação alimentar e nutricional no currículo da educação básica.
“Combater a obesidade infantil é um compromisso coletivo. O melhor caminho é a prevenção, promovendo desde cedo hábitos alimentares saudáveis, incentivo à atividade física e acesso a políticas públicas que garantam uma infância com mais saúde e qualidade de vida”, conclui Walkiria.
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