
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em alusão ao Dia Nacional do Homem, celebrado nesta terça-feira (15), discorre sobre os principais serviços e estratégias voltadas para a garantia e manutenção da saúde masculina disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), além de apresentar o panorama atual acerca da saúde dos homens no estado do Pará.
A data, Instituída no ano de 1992 pela Ordem Nacional dos Escritores numa tentativa de alertar a população masculina para a importância dos cuidados com a saúde traz reflexões importantes para a comunidade masculina, principalmente por não terem o hábito de visitar o médico e realizar exames preventivos regularmente.
De acordo com Andrei Porpino, que atua como técnico da Coordenação Estadual de saúde do Homem, no território brasileiro, os homens vivem, em média, sete anos a menos que as mulheres. Alguns dos fatores que contribuem para essa disparidade, incluem serem os principais responsáveis por casos de violência interpessoal e suicídios, estão mais envolvidos em acidentes de trânsito, consomem mais cigarro e drogas ilícitas e procuram menos os serviços de saúde do que as mulheres. “Geralmente, quando os homens recorrem a uma unidade de saúde ou hospital, a doença já se encontra instalada, exigindo recursos mais especializados”, disse.
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A Sespa ressalta ainda a importância da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), criada em 2009, com foco nos homens entre 20 e 59 anos. A política é estruturada em cinco eixos: acesso e acolhimento; prevenção de acidentes e violências; doenças prevalentes; saúde sexual e reprodutiva; e paternidade e cuidado.
Um dos destaques da estratégia é o Pré-Natal do Parceiro, que busca incentivar a participação dos homens durante a gestação, ampliando o vínculo com a saúde e preparando-os para uma paternidade ativa. O programa contempla pais biológicos, socioafetivos, homossexuais, trans e solos.
Morbimortalidade e comportamento masculino
Segundo a Sespa, até 2023, os homens ainda eram maioria populacional no Pará. Em 2024, a realidade se inverteu: 50,01% da população passou a ser feminina. Essa mudança está associada à maior mortalidade masculina em todas as faixas etárias e ao envelhecimento populacional, já que as mulheres tendem a viver mais.
As principais causas de morte entre os homens incluem doenças do aparelho circulatório (25,49%), causas externas (18,95%), tumores malignos (12,62%) e doenças respiratórias (10,87%). Além disso, muitos homens jovens têm apresentado quadros de infarto e AVC precoces, em grande parte devido ao sedentarismo, alimentação inadequada e estresse.
Pouca procura
Mesmo representando mais da metade da população em idade ativa (20 a 59 anos), os homens ainda procuram pouco os serviços de saúde. Em 2023 e 2024, 63% das consultas na Atenção Primária foram realizadas por mulheres e apenas 37% por homens.
Entre os motivos para a baixa adesão estão fatores socioculturais, como o machismo, o medo do diagnóstico, a vergonha de expor o corpo, além da dificuldade de conciliar horário de trabalho com o funcionamento das unidades.
Saúde mental em pauta
A saúde emocional também é uma preocupação crescente. Estigmas sociais impedem muitos homens de expressarem sentimentos e buscarem apoio para questões como ansiedade, depressão e estresse, o que pode levar ao abuso de substâncias ou até mesmo ao suicídio. “Quebrar o silêncio e desconstruir preconceitos é essencial para garantir mais qualidade de vida e longevidade”, finaliza Andrei Porpino.
Fonte: Agência Pará
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