Acusada de matar a amiga para roubar o bebê dela, Rozalba Maria Grime confessou ter estudado como tirar a criança do ventre antes de assassinar Flávia Godinho Mafra, de 26 anos, quando ela estava no 8º mês de gestação. A confissão foi feita na última quarta-feira, 24 de novembro, e o crime aconteceu em Canelinha, na Grande Florianópolis.
Rozalba começou a ser interrogada às 17h30 e admitiu, durante o depoimento, ter pesquisado sobre gravidez para simular sintomas. E, além disso, ela planejou todo o crime friamente: desde o chá de bebê falso, para que pudesse criar uma emboscada e atacar a amiga, até o assassinato e a retirada do bebê do ventre de Flávia.
Quando questionada sobre esses detalhes, Rozalba admitiu que estudou como retirar o bebê do útero e, ao ler as explicações, se sentiu capacitada para realizar o ato. Ela só se arrependeu do crime quando foi presa.
Sem remorso
Na reunião que começou às 8:30 da manhã de quarta-feira, 24 de novembro, e acabou por volta da meia-noite da quinta-feira, sete pessoas foram ouvidas, além do interrogatório da ré. A sessão foi acompanhada por um pequeno grupo de familiares da vítima. Rozalba Maria Grime não demostrou nenhum sentimento, nenhuma expressão, não derramou uma lágrima enquanto estava sendo julgada.
Rozalba admitiu ter matado Flávia Godinho Mafra, de 26 anos, que estava no 8º mês de gestação, e retirado, de forma brutal, o bebê da barriga dela. O crime aconteceu em agosto de 2020, em Canelinha, Santa Catarina. Desde então, ela está presa no Complexo Penitenciário de Florianópolis.
De acordo com Tribunal do Júri de SC, Rozalba respondeu processo pelos crimes de feminicídio qualificado por motivo torpe, com emprego de meio cruel; ocultação de cadáver; parto suposto; subtração de incapaz e fraude processual. Também por tentativa de homicídio qualificado pela impossibilidade de defesa. “Ela não poderá recorrer dos crimes em liberdade”, informou o TJSC.
Entenda o caso
Rozalba Maria Grime forjou uma gravidez enquanto planejava o assassinato da amiga que realmente estava esperando um bebê. Para colocar o plano em prática, disse à vítima que organizaria um chá de bebê no dia 27 de agosto de 2020. O local era uma cerâmica abandonada. Lá, Rozalba golpeou diversas vezes a mulher usando um bloco de barro.
Após o confronto, a vítima teve a barriga aberta com um estilete. O bebê foi retirado e levado pela acusada, que, depois de encontrar com o marido — que até aquele momento acreditava na falsa gravidez — levou a criança até o hospital da cidade e justificou que o nascimento tinha acontecido na rua. A equipe médica estranhou o ocorrido e entrou em contato com a Polícia Militar que logo iniciou as investigação.
O corpo da mulher foi encontrado na manhã do dia seguinte. Rozalba foi levada a delegacia e confessou o crime. O marido negou participação e foi solto no dia 7 de outubro e absolvido pela Justiça quase um ano após o assassinato, em julho de 2021. Segundo o promotor do caso, o homem não tinha conhecimento do plano da esposa.
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