Uma grande operação foi deflagrada nesta quarta-feira (31) pela Polícia Federal para desmobilizar garimpos ilegais que poluíram rios de abastecimento da cidade de Parauapebas, sudeste do Pará. Diversos maquinários pesados já foram apreendidos e inutilizados enquanto são cumpridos 14 mandados de busca e apreensão.
Esta é a operação Águas Turvas, deflagrada com participação de mais de 100 agentes da PF, Polícia Rodoviária Federal, ANM, IBAMA, e ICMBio.
Durante meses, existiu extração de ouro na região, inclusive ao lado de uma linha de transmissão de energia elétrica, trazendo risco de blecaute em regiões inteiras do país. Foi cavado um túnel de extração de cobre abaixo de uma das torres, mas a obra foi abandonada pouco tempo antes da chegada da operação, iniciada por volta das 9 horas desta quarta-feira (31).
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na região do Projeto Cristalino, no município de Canaã dos Carajás, na secretaria de Meio Ambiente e na residência do secretário da pasta, Dionízio Coutinho. As áreas de garimpo ilegal são próximo aos rios Cupu e Rio Verde, afluentes do rio Parauapebas.
O SAAEP (Serviço Autônomo de Águas e Esgoto de Parauapebas), que realiza análise constante da qualidade da água que abastece a cidade, detectou a contaminação de afluentes do rio Parauapebas e informou ao ICMBio e à Câmara Municipal de Parauapebas por meio de ofício.
Foi relatado pela empresa que, em virtude da contaminação do rio, foi necessário aumentar em mais de 70% a quantidade de produtos utilizados para tratamento da água que abastece o município. Isso motivou a realização de uma audiência pública em Parauapebas no início de junho deste ano, em que foi exposto o caso.
Descobriu-se, então, que a contaminação vinha, em sua maioria, da atividade de garimpagem no município vizinho, Canaã dos Carajás. Representantes do Legislativo e do Executivo de Parauapebas tentaram identificar o ponto de origem do problema, mas a fiscalização teria sido prejudicada por um dos secretários de Canaã dos Carajás.
A partir da notícia-crime encaminhada pelo ICMBio acerca da devastação causada por áreas de extração ilegal de ouro, a PF abriu inquérito e iniciou a investigação.
Foram realizados sobrevoos ao longo do rio, sendo possível constar a existência de inúmeras máquinas (retroescavadeiras, caminhões e outras), vários pontos de extração ilegal de minérios (predominantemente ouro, em menor quantidade, cobre) e modificação severa da cor dos rios – indicativo de atividade intensa de garimpagem. Tudo isso foi confirmado durante a operação, que segue em curso.
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Por questões logísticas, é inviável de se transportar o maquinário pesado apreendido e, para que não seja reutilizado no garimpo ilegal, é feita a inutilização nos termos da lei.
Se confirmada a hipótese criminal, os responsáveis poderão responder por crimes ambientais, crime de usurpação de recursos da União (extração ilegal de minério), associação criminosa, dentre outros. As investigações seguem em andamento.
VEJA IMAGENS DA OPERAÇÃO DEFLAGRADA NESTA QUARTA-FEIRA
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