Um homem foi preso acusado de tentar aplicar um golpe em um açougue comprando por diversos dias seguidos e diversas vezes, altos valores em carnes, bebidas e outros itens. O homem chegou a comprar em um único dia, mais de R$ 7 mil, enviando comprovantes falsos de pagamentos ao estabelecimento. O fato foi divulgado nesta segunda-feira (22) pela Polícia Civil.
Leonardo da Costa Conrado, de 36 anos, foi preso em flagrante na última quarta-feira (17), em São Carlos, no interior paulista, após confessar ter aplicado golpes em um açougue da região. Em apenas cinco dias, ele fez seis compras no estabelecimento usando comprovantes de pagamento falsos. Segundo seu relato, ele revendia os produtos, entre carnes e bebidas, para comprar drogas. O açougue teve prejuízo de mais de R$ 15 mil.
Segundo o boletim de ocorrência, Leonardo disse ao açougue que precisava das mercadorias para a inauguração de um bar. Os pedidos eram feitos por WhatsApp e entregues em endereços próximos à casa de Leonardo, ou buscados por ele mesmo no estabelecimento. Em todas as compras, o homem enviava os falsos comprovantes pelo próprio aplicativo.
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Os golpes teriam começado no dia 13 deste mês. A primeira compra, de carne e carvão, foi no valor de R$ 463,91 e entregue na Rua Capitão Luis Brandão. No dia seguinte, ao comprar mais carne, cerveja e um kit de facas, Leonardo “gastou” R$ 496,65, e buscou no local.
Então, as compras começaram a passar dos R$ 1.000. No dia 15, mais carnes foram pedidas por Leonardo, dessa vez entregues na Rua Décio Ozio, por R$ 1.840,02. Na última terça-feira, o valor gasto quase dobrou. O pedido de carnes, cerveja e carvão somou R$ 3.199,30, que foram entregues novamente na Rua Capitão Luis Brandão.
Somente na quarta-feira, na sexta compra, que o estabelecimento desconfiou do volume de compras e do montante gasto. Neste dia, por volta de 12h, Leonardo fez uma compra de carne, refrigerante e cerveja, no valor total de R$ 1.935,59. Ele buscou novamente as mercadorias no açougue.
No entanto, momentos depois de deixar o estabelecimento, Leonardo fez mais um pedido, o segundo do dia e o mais caro até então. A compra de carnes e cerveja atingiu R$ 7.099,84, e ele voltou ao local para buscar. Só de carne, o pedido foi de R$ 4.852,42, valor suficiente para comprar, considerando o valor do quilo do filé mignon no mesmo açougue no começo deste ano, aproximadamente 80 kg.
Após verificar que as compras não foram creditadas na conta do açougue, uma funcionária questionou Leonardo, que confessou ter forjado comprovantes de pagamento em um aplicativo de celular para editar fotos, segundo o boletim de ocorrência.
A Polícia Militar (PM) foi acionada e Leonardo levado à delegacia. Em depoimento, o homem revelou que, após receber ou retirar as compras, “saía na rua oferecendo a mercadoria para venda”. Ele afirma ter vendido alguns produtos para outra comerciante local e para uma pessoa na rua.
“O indiciado usou o dinheiro das vendas na compra de drogas, de comida para sua casa e remédios para sua esposa”, indica o registro policial. Leonardo está detido na Cadeia Pública de São Carlos e está à disposição da Justiça, informou a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
O Metrópoles entrou em contato com a Casa de Carnes Tamoyo, o açougue envolvido no caso. O estabelecimento negou o ocorrido, apesar de uma representante ter apresentado a denúncia na Delegacia Seccional de São Carlos. O espaço segue aberto para manifestações.
Histórico de violência doméstica
Não é a primeira vez que Leonardo se envolve em um processo criminal. Em janeiro deste ano, a companheira dele fez uma denúncia de violência doméstica. De acordo com ela, Leonardo é “usuário de drogas e agressivo”.
Segundo a denúncia, o homem ameaçava constantemente a namorada, com quem se relacionava há oito meses. Em um episódio de violência, Leonardo teria dito que “colocaria fogo” na vítima e que “cadeia não é para sempre”.
Em outra ocasião descrita pela mulher, Leonardo pediu dinheiro para consumo de drogas e, com a negação, “apertou o braço da vítima, causando lesão, e tentou esganá-la”, conforme a denúncia.
A Justiça acabou por conceder medida protetiva à mulher contra Leonardo.
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