A prática do “Stalking” é crime desde abril de 2021 no Brasil. O crime (Lei 14.132/21) é definido como perseguição reiterada, por qualquer meio, como a internet (cyberstalking), que ameaça a integridade física e psicológica de alguém, interferindo na liberdade e na privacidade da vítima.
Previsto no art. 140, §3º, do Código Penal, o crime de injúria racial é a ofensa pratica contra uma pessoa, utilizando-se de elementos de sua raça, cor, etnia, religião ou origem. Está sujeito à pena de multa, assim como à pena de prisão de um a três anos.
Essas duas situações estão acontecendo com um personal trainer de 34 anos em São Paulo. Ele está sendo alvo de ataques racistas, feitos por meio de depósitos de R$ 0,01, via Pix, ao menos desde março. As injúrias raciais, como “macaco” e “gorila”, tem como origem a conta bancária da empresária Lilian Mohamad Atiê, de 35 anos.
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O professor disse ainda, somente em um dia, chegou a receber R$ 2 de depósitos com mensagens ofensivas e racistas. “Imagina, receber 200 mensagens, desconexas. Isso em apenas um dia”.
O professor registrou um boletim de ocorrência para denunciar o caso de racismo na semana passada. O caso passou a ser investigado pela Polícia Civil da capital paulista.
A vítima, que pediu para não ter o nome publicado, afirmou ao portal Metrópoles que a empresária também promoveu uma campanha de difamação contra o professor, além de persegui-lo. Ela teria ido ao condomínio onde ele mora, na capital paulista e, ainda de acordo com a vítima, quebrado o interfone da portaria, há cerca de duas semanas, após não conseguir falar com o professor.
A empresária, dona de uma loja de assistência técnica de celulares, foi procurada na tarde dessa segunda-feira (17). Ela não havia se manifestado até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.
O início do “caos”
Tudo começou quando o personal e Lilian marcaram um encontro, pela internet, no início do ano. Ela é aluna na academia onde ele dá aula. Ambos, porém, frequentavam o local em horários diferentes. “Nos encontramos, ficamos, trocamos contato, conversamos por mensagens, e começamos e nos ver, sem compromisso, aos fins de semana”.
O personal afirmou que o “rolo” entre eles durou por cerca de dois meses. Após esse período, Lilian teria comentado ter sido internada duas vezes, em clínicas de reabilitação. Uma delas, de acordo com o professor, teria sido por perseguir uma outra pessoa. “Eu nem sabia que existia internação por causa de comportamento, desse jeito, fiquei surpreso”, declarou.
A revelação deixou o personal inseguro e ele decidiu, “para evitar problemas futuros”, encerrar os encontros esporádicos com a empresária.
“Daí em diante, foi o caos. Ela não aceitou. Eu não tinha prometido nada pra ela, sobre a gente se relacionar seriamente. Só disse que não queria mais que a gente ficasse”.
Até o dia em que decidiu encerrar os encontros, o personal afirmou que Lilian “não aparentava comportamento estranho”. “Ela conversava numa boa, não mostrava essa psicopatia toda”.
Ataques via Pix
Lilian teria começado a perseguir o professor, em redes sociais e, por isso, ele a bloqueou. Foi quando ela começou a enviar depósitos de R$ 0,01, via Pix, com mensagens de teor racista, chamando o personal de “macaco”, “gorila”, “neguinho”.
O ataque racismo mais recente, segundo print enviado à reportagem pela vítima, ocorreu às 13h14 dessa segunda-feira (17). No assunto do depósito, de R$ 0,01, a empresária escreveu: “Macaco do cara*** kkkk”. Ainda no período da tarde, ela compartilhou, no Instagram, uma foto de biquíni, ao lado de uma piscina.
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