Imagens de câmeras de segurança de um presídio no interior de São Paulo registram uma situação que deixou as autoridades em alerta. Enquanto alguns detentos estão ajoelhados orando e rezando, outros estão assassinando companheiros do presídio em que estão. O caso foi registrado em Presidente Venceslau.
Enquanto três presos rezavam no pátio do pavilhão 1 da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, o principal reduto do PCC (Primeiro Comando da Capital) no sistema prisional paulista, outros quatro detentos matavam dois rivais sem piedade a golpes de canivete e punhal artesanal.
A crueldade aconteceu no último dia 17, logo depois do almoço, no pátio do banho de sol. Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, o Ré, ambos de 48 anos foram degolados. Câmeras de segurança do presídio registraram os assassinatos.
Veja também:
Vídeo: foragido da justiça e esposa são presos em Marabá
Influenciador é procurado pela polícia por assassinato
Homem que atropelou multidão com caminhonete em show é preso
As vítimas, presas em março de 2023, eram acusadas de planejar os sequestros do senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, de Presidente Prudente (SP), e, segundo o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), foram mortas a mando do PCC.
A Polícia Civil indiciou os presos Luís Fernando Baron Versalli, 53, o Barão; Ronaldo Arquimedes Marinho, 53, o Saponga; Jaime Paulino de Oliveira, 46, o Japonês, e Elidan Silva Ceu, 45, o Taliban, por envolvimento no duplo homicídio na P2 de Venceslau.
Vídeos mostraram ação
A Polícia Civil apreendeu dois vídeos com imagens das câmeras de segurança da unidade. Um deles mostra Jaime, Luís, Ronaldo e Elidan entrando com Ré em um lavaram as mãos na pia coletiva. Em meio à primeira atrocidade, três presos portando exemplares da Bíblia Sagrada continuaram rezando ajoelhados no canto do pátio.
As câmeras de segurança também registraram a segunda ação brutal. Enquanto o trio orava, Ronaldo, Elidan, Versalli e Jaime se preparavam para matar a outra vítima.
Nefo tentou se livrar dos algozes. Correu de um lado para o outro. Mas foi cercado e levou uma rasteira.
Mesmo ferido lutou com os rivais. Porém, foi golpeado várias vezes no pescoço. Perdeu muito sangue. O corpo ficou estirado no pátio. Os assassinos voltaram à pia para lavar as mãos. O trio religioso não parou de rezar. Os demais presos permaneceram tomando sol, como se nada tivesse acontecido.
Ronaldo possui condenação de 41 anos e três meses por homicídio, roubos e outros crimes. Ele cometeu 83 faltas disciplinares de natureza grave e sempre foi indisciplinado. Em 24 de fevereiro de 2016 xingou uma juíza de vagabunda, no fórum de Avaré (SP), durante audiência.
Versalli tem condenação de 69 anos e seis meses por latrocínio (roubo seguido de morte) e homicídios. Em setembro de 2003 foi acusado de matar outro preso, Joseilton Félix, de 29 anos, na cela 317 da Penitenciária de Iaras (SP). Na antiga Casa de Detenção de São Paulo matou dois prisioneiros.
Jaime Paulino Oliveira foi condenado a 36 anos e quatro meses por homicídios. Um dos assassinatos ele cometeu na Penitenciária de Araraquara (SP) em 10 de abril de uma facção rival ao PCC.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos quatro indiciados. O texto será atualizado caso haja manifestação dos defensores deles. (Josmar Jozino, do UOL)
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar