Diversos golpes estão sendo aplicados em todo o Brasil neste momento, deixando prejuízos para quem quer apenas, por exemplo, a realização de um serviço. Um destes é a restauração de móveis antigos, que muitas vezes tem um valor sentimental para as famílias.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga um rastro de golpes aplicados por uma empresa que supostamente restaura móveis antigos na capital federal. Entre maio de 2023 e agosto deste ano, pelo menos 11 ocorrências denunciando o “golpe da restauração” foram registradas em diversas delegacias do DF por vítimas que moram na Asa Sul, no Lago Sul, no Núcleo Bandeirante, no Cruzeiro, em Taguatinga Norte e em Sobradinho II.
A empresa atendia na Asa Sul, na quadra 512, em uma loja com nome ST8 – Restauração e laqueação de móveis e portas. Atualmente, o local encontra-se fechado.
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A vítima mais recente, uma aposentada de 72 anos, contratou os serviços da empresa de Cristiano Oliveira Gomes Correia para restaurar três móveis com gavetas.
Pelo serviço, a cliente pagaria R$ 1,5 mil, sendo a metade no ato do contrato. O mobiliário foi levado pelo profissional em 1º de julho deste ano e nunca mais devolvido.
De acordo com ocorrências registradas na PCDF, o modus operandi do golpe seguia sempre o mesmo padrão.
A vítima entrava em contato com a empresa por meio das redes sociais e marcava uma visita. Logo após o pagamento de pelo menos a metade dos serviços, o homem desaparecia, sem entregar os móveis e sem devolver o dinheiro.
Bloqueio no WhatsApp
Segundo a aposentada, que preferiu não se identificar, com o passar das semanas e diante da demora na entrega dos móveis, o restaurador parou de responder às mensagens e depois acabou por bloqueá-la no WhatsApp. “Cheguei a ir na oficina, mas a porta estava sempre fechada. Após dois meses resolvi registrar ocorrência para tentar reaver meus móveis e o dinheiro”, explicou.
A coluna apurou que, em outros casos, famílias contrataram a empresa de Cristiano para fazer móveis planejados. Em uma das ocorrências, os clientes pagaram R$ 4,6 mil pelos armários de uma cozinha planejada. As vítimas quitaram a metade do valor no ato do acordo e dividiram a outra parte em cinco vezes no cartão de crédito.
No entanto, os móveis jamais foram entregues, e o empresário parou de responder. Em outros relatos de vítimas – boa parte delas idosas e moradoras de áreas nobres do DF –, os golpes se repetem. Móveis antigos, alguns de alto valor agregado, eram levados para restauração e nunca entregues.
O outro lado
A coluna procurou o empresário para falar sobre a enxurrada de ocorrências de estelionatos na qual ele figura como autor. Segundo Cristiano, sua empresa teve problema com um sócio que teria cometido os crimes. “Trabalho de cabeça erguida e estou trabalhando muito, graças a Deus. Vários desses casos já estão resolvidos, e o meu advogado está tratando dos outros”, disse.
Após dois meses sem responder e ter bloqueado a aposentada que havia entregue três móveis para serem restaurados, o empresário entrou em contato com a vítima logo após saber que a coluna o procurou. Cristiano afirmou que iria devolver os móveis para a aposentada no início da próxima semana.
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