Até julho de 2022, cerca de 13 mil sinistros de trânsito em rodovias brasileiras tiveram como causa principal ou secundária questões sobre a condição de saúde dos motoristas. Esse volume de colisões, capotamentos e outros desastres deixou 13.744 feridos e 881 mortos – aumento de quase 20% sobre o mesmo período de 2021. É o que diz a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, que na Semana Nacional do Trânsito chama a atenção pra importância da prevenção à saúde na redução de acidentes automotivos. Com base em dados da Polícia Rodoviária Federal, os acidentes mais recorrentes foram por falta de atenção, mal súbito, sonolência e ingestão de álcool e de substâncias psicoativas.
A saúde do condutor deve ser considerada no âmbito de ações e políticas públicas destinadas à redução desses indicadores. E deve ser estimulada a realização periódica do Exame de Aptidão Física e Mental (decisivo pra redução da mortalidade no trânsito).
SAÚDE E DIREÇÃO - A falta de reação ou resposta tardia ou ineficiente ao volante foram as principais causas de mortes e ferimentos. Cerca de 5.100 pessoas ficaram feridas e 314 morreram em 2022 pela falta de resposta imediata às circunstâncias que comprometeram a direção. Outros 4.200 feridos e 274 óbitos nas rodovias foram pela ausência de reação do motorista. A ingestão de bebida alcoólica é a terceira causa mais frequente e deixou 2.233 feridos e matou 111 pessoas entre janeiro e julho de 2022. Outra condição de saúde que aparece é o sono. Se insuficiente, é causa frequente da sonolência diurna, sendo capaz de causar acidentes graves - 124 mortes e deixou 1.758 feridos no período. Completam o trabalho o mal súbito (perda de consciência devida mais frequentemente a doenças cardiológicas como infarto e arritmias) e doenças neurológicas tipo AVC e convulsões, com 390 mortos e feridos.
FATOR HUMANO - As informações contemplam só sinistros registrados nas estradas e rodovias sob supervisão da PRF. Não foram contabilizados transtornos em colisões em pistas, ruas e avenidas urbanas. Ou seja, o quadro poderia ser pior, pois um número importante de colisões não entra nas estatísticas. Segundo os dados, 83% dos sinistros foram motivados pelo fator humano. Além das causas relacionadas direta ou indiretamente à situação clínica dos condutores (fadiga, stress, cansaço, déficit de atenção ou comprometimento do raciocínio), são comuns fatalidades relacionadas à imprudência ou transgressão às leis de trânsito. Os sinistros de trânsito são eventos não intencionais, evitáveis e causadores de lesões físicas e emocionais. E é possível atribuir 83% ao ‘fator humano’, 5% ao ‘fator veículo’, 10% ao ‘fator via’ e 2% ao ‘fator ambiente’. Dentre estes fatores causadores dos sinistros, o comportamento humano é o grande responsável, até porque, como a manutenção é responsabilidade do condutor, as falhas no veículo devem ser vinculadas também ao fator humano.
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