Galo
atrapalha o líder
Um
jogo movimentado, com atuações de alta intensidade e boa troca de golpes
ofensivos, acabou terminando com um resultado justo. O empate (2 a 2) entre
Remo e Independente, ontem à tarde, no estádio Baenão, mostrou que as equipes
têm hoje os melhores conjuntos do Parazão. Além da manutenção da
invencibilidade de ambos, em termos de tabela de classificação, não houve
qualquer alteração.
Como
espetáculo, foi uma partida interessante. O Independente mostrou logo de início
que não veio a passeio. Posicionou seu meio-campo para explorar os
contragolpes, aproveitando o ímpeto ofensivo do Remo.
Logo
no primeiro minuto, o Galo chegou forte, com Fagner recebendo livre na área
azulina, mas o lance foi invalidado. O Remo agredia pelas extremas. Marlon
chegou bem várias vezes, acionando Wallace e Dioguinho na área.
Em
contra-ataque que envolveu Cassiano e Railson, o Independente achou o caminho
do gol aos 23 minutos. O cruzamento perfeito encontrou a zaga azulina
desarrumada e Danrlei livre para cabecear no canto esquerdo de Vinícius. Quarto
gol do artilheiro baionense no campeonato.
Aos
29’, o Remo quase empatou. Jogada iniciada por Marlon chegou ao centroavante
Renan Gorne, que disparou no travessão. Aos 32’, depois de muita insistência, o
gol leonino finalmente saiu. Lucas Siqueira avançou na esquerda, tabelou com
Wallace, e bateu recuado para o meio da área. Dioguinho finalizou rasteiro para
o fundo do gol.
Mais
cauteloso e atento à marcação, o Independente veio para a etapa final como se
estivesse satisfeito com o placar. Não estava, era apenas truque para atrair o
Remo para seu campo. Os azulinos insistiam, mas não conseguiam definir bem as
jogadas.
Aos
23’, Dioguinho recebeu bom passe de Felipe Gedoz e disparou em direção ao gol.
A bola, à meia altura, bateu no braço esquerdo do zagueiro Yuri. Apesar dos
protestos do Independente, o árbitro Joélcio Fernandes Freitas confirmou a
penalidade.
Com
categoria, em chute rasteiro, Gedoz desempatou a partida, sem chances para o
goleiro Dida. Parecia o início da caminhada azulina rumo ao triunfo. Ledo
engano.
Apesar
da maior presença ofensiva do Remo, o time de Tucuruí resolveu investir no jogo
aéreo, sabidamente o calcanhar de aquiles da defensiva azulina. Deu certo.
Aos
28’, um cruzamento alto de Vioto passou por Rafael Jansen e Fredson foi
alcançar o zagueiro Yuri. Sem marcação, diante de Vinícius, ele escorou de
cabeça, de cima para baixo, empatando a partida outra vez.
O
Remo ainda seguiu perseguindo a vitória e teve pelo menos um grande momento,
aos 44’, quando Dioguinho cruzou no segundo pau, Edson Cariús tocou de cabeça
para o meio do fuxico e Renan Oliveira (que substituiu a Gedoz) completou no
canto direito, mas Dida fez uma excelente defesa, evitando o terceiro gol
remista.
Nenhuma
grande surpresa. O Remo não conseguiu passar por um adversário bem estruturado,
que errou pouco e teve capacidade de reação quando a partida parecia favorecer
o líder do campeonato.
Erros em
série prejudicam os passos do Leão
Ao
final da partida, o meia Felipe Gedoz lamentou o tropeço em casa e foi claro no
diagnóstico da situação. Segundo ele, o time não pode continuar a sofrer gols
bobos. Referia-se, obviamente, aos últimos vacilos da zaga, que levou dois gols
diante do PSC no clássico e dois frente ao Independente.
Pode-se
até relevar a frustração normal de fim de jogo, mas Gedoz botou o dedo em
ferida exposta. Há um problema sério nas bolas cruzadas sobre a área remista.
Nos dois jogos, foram três gols sofridos nesse tipo de lance.
As
preocupações ganham fôlego porque a equipe vai sair para um jogo difícil pela
Copa do Brasil, contra o CSA, em Maceió, na próxima terça-feira, 13. É um
adversário superior aos que o Remo tem enfrentado no Parazão e certamente vai
explorar o ponto nevrálgico do visitante.
É
bem possível que o técnico do CSA observe o mesmo que Sinomar Naves e oriente
seus jogadores para tentarem utilizar a jogada que tem se revelado mortal para
a retaguarda do Leão.
Insisto
apenas que erros defensivos não podem ser atribuídos exclusivamente aos
zagueiros de área. O entorno é fundamental para garantir segurança. Na Série C
2020, o Remo tinha Charles, um volante forte na marcação, que em lances aéreos
se transformava em terceiro zagueiro. Hoje, o time tem Uchoa, que não tem
envergadura física para exercer esse papel.
Papão e
Tuna reeditam clássico após oito anos
Contra
uma Tuna cheia de problemas na defesa e no meio, o PSC tentará se recompor no
campeonato após o vexame no clássico diante do Remo. Para o confronto desta
tarde, na Curuzu, é possível que Itamar Schulle resolva mexer na estrutura do
meio-campo, setor que foi errático demais diante dos azulinos. Jonathan (foto)
e João Paulo devem se unir a Ruy e Denilson (ou Eliezer ou Ratinho) no setor.
Caso
a estreia de Jhonnatan se confirme, a tendência é de que o jogo fique mais bem desenhado
na transição ofensiva. Experiente, o volante/meia paraense talvez seja a peça
necessária para ajustar o setor. O ataque deve ter Nicolas e Ari Moura, que se
movimentaram bem no Re-Pa, apesar da derrota. Marlon e Igor Goularte são opções
para o decorrer da partida.
A
Tuna, que obteve no sábado sua primeira vitória na competição (4 a 1 sobre o
Paragominas), pode não ter hoje o zagueiro Dedé e pode ter que improvisar no
meio-campo, onde Lukinha ainda não tem condições de jogar os dois tempos.
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