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OPINIÃO

Gerson Nogueira destaca "Cova América" e derrota do Remo

Leia a coluna de Gerson Nogueira desta quinta-feira (03).

Imagem ilustrativa da notícia Gerson Nogueira destaca "Cova América" e derrota do Remo camera Reprodução

Disparidade confirmada

Não foi surpresa. O favoritismo do Atlético-MG era óbvio. Dono da melhor campanha na fase inicial da Libertadores, o Galo veio a Belém com a obrigação de botar vantagem sobre o Remo, um franco-atirador. Não teve facilidades, encarou um time aguerrido e até bem disposto em vários momentos, mas prevaleceu quando impôs intensidade.

O único momento de vibração dos azulinos no Baenão foi quando Dioguinho entrou na partida, já na segunda etapa. Imprimiu ao time um sentido de urgência e iniciativa que faltava desde o início. Animada, a torcida que se equilibrava num andaime ao lado do estádio aplaudiu com entusiasmo o meia-atacante.

Sem problemas, o Galo se impôs ao longo dos primeiros 45 minutos, com troca objetiva de passes, postura qualificada nas saídas e pressão ofensiva quando a situação permitia. Para se sentir ainda mais à vontade, o time atleticano controlou a meia-cancha, permitindo saídas rápidas com Hulk, Hyoran, Marrone, Sasha e Nacho Fernandez.

A produção remista, apesar de boa movimentação em alguns momentos, ficou aquém da expectativa. O ataque não prevaleceu sobre a última linha adversária e o meio-campo viu-se envolvido por um time bem entrosado e com soluções claras para aproveitar os espaços.

O jogo foi equilibrado em boa parte do tempo, mas o Galo fez os gols que precisava para se tranquilizar. O cenário até permitia ao Remo desenvolver uma estratégia mais competitiva. Mas, dpois da falta perigosa cobrada por Felipe Gedoz aos 3 minutos, o time demorou a apertar o Atlético, que passou a explorar passes curtos e manobras rápidas.

Hyohan marcou aos 14’, aproveitando um buraco no centro da defesa remista. Manobrou sobre Suéliton e ficou livre para bater no canto direito de Vinícius. O lance do segundo gol foi construído por Hulk, que ganhou uma dividida com a zaga, avançou em velocidade e tocou para Nacho finalizar, no final do 1º tempo.

Para o segundo tempo, precisando reagir e chegar ao gol, o técnico Paulo Bonamigo optou por Dioguinho, que estava barrado desde o jogo com o CRB, sábado passado. Dinâmico e driblador, o jogador mudou a cara do Remo, com dribles, arrancadas e chutes a gol. Os aplausos da pequena torcida “presente” foram mais do que merecidos.

Com Dioguinho, artilheiro do time na temporada, o Remo recobrou a pegada agressiva e esteve bem perto de marcar. A melhor chance foi aos 9 minutos, quando o volante Lucas Siqueira desviou de cabeça e testou os reflexos do goleiro Everson.

Satisfeito com a vantagem, o Atlético reduziu a intensidade, preocupado em não tomar gol. Levou perigo nos contra-ataques, com Marrone, que esteve cara a cara com Vinícius nos minutos finais. Bem colocado, o goleiro se saiu bem e evitou os gols atleticanos.

Ao final da partida, Bonamigo considerou que o Remo pecou nas tentativas de chegar ao gol. Avançou, utilizou os laterais (principalmente Marlon) e ficou devendo nas finalizações. A tentativa de avançar o bloco de meio-campo foi frustrada pelo gol de Hyohan logo aos 14 minutos. Os azulinos sentiram a desvantagem parcial e custaram a se reequilibrar na partida.

O técnico admitiu que se preocupava em evitar um gol logo de cara e investir num jogo de equilíbrio, tarefa difícil contra uma equipe recheada de jogadores de primeira linha, com destaque para o argentino Nacho.

Bonamigo disse, com humildade, que preferia jogar objetivamente e alcançar o resultado ao invés de mostrar uma performance de alto nível. No cômputo geral, porém, um resultado normal levando em conta a disparidade de forças, elencos e investimentos.

Campeão da covid não perde chance de afrontar o bom senso

A confirmação pelo governo federal dos jogos da Copa América 2021 no Brasil soa como um escárnio em relação aos esforços que os governos estaduais fazem para tentar conter o avanço da pandemia. A notícia caiu como bomba em meio a uma CPI que investiga justamente a negligência e o pouco caso em enfrentar a covid-19 com as armas que a ciência impõe.

Sem vacinas suficientes para imunizar a população, o Brasil está num distante 62º lugar em vacinação. Pois, diante de cenário tão desanimador, vem o próprio governo e anuncia, com arroubos de orgulho patrioteiro, a realização de um torneio desnecessário e que vai acrescentar novos riscos de contágio da população.

Pelo menos 2 mil profissionais – entre atletas, preparadores, técnicos, dirigentes e jornalistas – virão ao país para um torneio continental que não tem a importância que o marketing reverso do governo tenta lhe dar. Há muito tempo que a Copa América não emociona, nem gera emoção. Ninguém lembra de um jogo memorável, de um golaço ou uma seleção empolgante.

O torneio estava ameaçado de cancelamento desde que a conturbada situação política da Colômbia impediu que a sede original recebesse a competição. Foi tentada a alternativa de fazer na Argentina, mas o governo prontamente rechaçou a ideia.

Aí restou oferecer de mão beijada ao país dos absurdos, recordista em contaminação diária pela covid e um dos campeões mundiais em número de óbitos. Pela lógica absoluta surrealista que persiste por aqui foi até óbvia a aceitação da Copa, afinal a ideia fixa é mesmo a de aumentar os recordes negativos.

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