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NOITE DE RE-PA

Clube do Remo e Paysandu acendem emoções na Copa Verde

No primeiro encontro de uma série de quatro clássicos Re-Pa, rivais históricos duelam em confronto decisivo por vaga na final da Copa Verde 2024.

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Imagem ilustrativa da notícia Clube do Remo e Paysandu acendem emoções na Copa Verde camera O primeiro Re-Pa da temporada, válido pela fase de classificação do Parazão 2024, terminou em um empate sem gols. | Irene Almeida/Diário do Pará

Quando Clube do Remo e Paysandu entram em campo, as emoções saltam à frente. O clássico de hoje (3) vale pela semifinal da Copa Verde. Apesar de ainda não definir título, vale muito para a história de rivalidade que começou a ser construída no início do século passado.

O nervosismo, a tensão e a imprevisibilidade são ingredientes naturais de um jogo sempre tão ansiosamente aguardado. Havia quem receasse um ano reduzido a apenas um Re-Pa, aquele do Campeonato Paraense que terminou empatado.

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De repente, por força dos resultados nas duas competições – Parazão e Copa Verde –, os velhos rivais terão quatro jogos para saciar a saudade das torcidas por emoções fortes. No total, teremos cinco clássicos, sendo que a partir de hoje serão quatro num espaço de 12 dias.

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É preciso entender sempre que mesmo com um time em momento ligeiramente melhor, caso do PSC, que lidera o Parazão com 30 pontos, o Re-Pa não dá margem a favoritismos. Doido é quem arrisca prognósticos em duelo sempre tão imprevisível.

Por outro lado, existem questões a considerar. Os times chegam a esse confronto sob baixa pressão, sem precisar provar nada a ninguém, afinal mostraram força para avançar à final do Parazão. Os técnicos têm seus trabalhos plenamente aprovados pelas duas torcidas.

Hélio dos Anjos, que nunca perdeu o clássico (por um ou outro lado), é o sustentáculo do Papão desde a grande campanha do acesso à Série B. Comanda o time com mão de ferro, é respeitado por todos no clube e seus números são impressionantes na temporada.

Já Gustavo Morínigo, que chegou há menos de um mês, teve o mérito de resgatar o Remo de uma fase instável que vinha desagradando a torcida. Com ele, mesmo repetindo erros nos jogos, o time se mantém invicto há sete partidas.

Os setores mais sólidos das duas equipes são zaga e ataque. No PSC, Lucas Maia se tornou o grande xerife da defesa, com atuações sempre seguras e bom aproveitamento nas bolas aéreas. No Remo, Jonilson vem se sobressaindo depois que Ícaro e Ligger se lesionaram. Firme, rápido no combate e nas antecipações, conquistou a posição.

Um ponto que torna ainda mais parelha a disputa é a deficiência de ambos no meio-de-campo. Nenhum dos times se destaca no setor, carecendo de ajustes e mais qualidade. As vitórias de ambos têm sido obtidas muito mais pela ação direta dos atacantes e dos homens de lado.

Nada impede, porém, que o clássico surpreenda com boa participação dos homens de marcação e criatividade. É uma excelente oportunidade para que o setor mais importante finalmente ganhe protagonismo, até para contribuir para a qualidade geral do jogo.

De toda sorte, alegrias e emoções estarão à flor da pele neste primeiro round da série de quatro que vai até o dia 14 de abril. Que vença o melhor futebol.

Por que Textor incomoda tanto os donos do futebol?

Para surpresa de muitos, o jornalismo esportivo do eixo Rio-São Paulo é, por enquanto, o mais incomodado com as denúncias que o dono da SAF Botafogo vem fazendo sobre o esquema de corrupção da arbitragem brasileira. Não há o cuidado nem mesmo de zelar pelas regras básicas da profissão, que ensinam a investigar, apurar e buscar a verdade sempre.

Vários colunistas e repórteres têm mostrado uma inesperada agressividade com o denunciante, unindo-se à previsível reação dos cartolas de alguns grandes clubes – Palmeiras, São Paulo e Flamengo. Todos parecem condenar com antecedência o autor das denúncias.

Gente até respeitável tem se exposto demasiadamente na tentativa de desacreditar John Textor, por motivações variadas. Uma coisa é clara: quem sempre se beneficiou de arbitragens espúrias no Brasil não tem, por óbvio, interesse em descobrir o que há escondido sob o tapete.

Os incomodados aplaudem a iniciativa do dirigente como um fato inusitado no futebol brasileiro moderno, onde boa parte dos envolvidos faz questão de fingir que tudo está bem. Arbitragens desastrosas são esquecidas após alguns dias e não acontece rigorosamente nada.

É lógico que o destemor de John Textor em botar o dedo na ferida está diretamente associado ao fato de que seus negócios vão além do Botafogo e não depende rigorosamente de ninguém – CBF, STJD e clubes. Por isso, virou persona non grata e já foi ameaçado até de banimento.

Uma luz aponta no horizonte com a criação da CPI da Manipulação dos Jogos de Futebol, que já tem um escopo de atuação: vai começar pelo relatório anual de integridade da Sportradar, empresa líder global em tecnologia esportiva, parceira de CBF, Conmebol, Uefa e Fifa.

O relatório indica que o Brasil teve pelo menos 109 jogos suspeitos de manipulação de resultados em 2023. Nada tão absurdo diante da insatisfação geral com a turma do apito no país de Edilson Pereira de Carvalho.

As investigações do Ministério Público de Goiás descobriram a ponta do iceberg em relação à máfia das apostas esportivas e é o embrião da CPI do Senado. O problema é que a operação do MP e da PF ficou na superfície. O americano sustenta que há muito mais a apurar.

A questão é: se Textor não tem o que dizer, como alegam, por que incomoda tanto? Afinal, o velho ditado ensina: quem não deve, não teme.

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