Alguns comentários dando conta de uma suposta facilitação do São Paulo na rodada final do Campeonato Brasileiro constituem um claro esforço para diminuir méritos da excelente campanha que o Botafogo faz, colocando-o como franco favorito para sagrar-se campeão, domingo, no estádio Nilton Santos. Pode ser a segunda taça conquistada em apenas uma semana pelo time da Estrela Solitária – a primeira foi a da Libertadores, sábado passado, em Buenos Aires.
O fato de o São Paulo revelar a disposição de poupar titulares é uma iniciativa que cabe à equipe paulista, sem qualquer interferência do Botafogo. Aliás, pelo que jogou ao longo da Série A, o campeão da Libertadores tem todas as chances de superar os tricolores.
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Na verdade, sem argumentos para desmerecer o Botafogo, surgem factóides cujo único intuito parece ser o de desestabilizar o time de Artur Jorge. Os números, porém, são claros e acentuadamente favoráveis ao Fogão, que derrotou (dentro e fora de casa) seus mais diretos perseguidores – Palmeiras, Flamengo e Internacional.
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Com um time entrosado, praticando um modelo de jogo diferente dos demais competidores, o Botafogo sobra no campeonato. A vantagem de três pontos sobre o Palmeiras é até modesta para a diferença de qualidade entre os times e ao nível do futebol praticado.
Ao contrário do Palmeiras de 2022 e 2023, cujo futebol chato e previsível triunfou mais pelos erros dos adversários do que propriamente por seus méritos, o Botafogo mostra um jogo envolvente, ofensivo e fisicamente forte, capaz de atropelar adversários de qualquer porte.
Os únicos embaraços no caminho do alvinegro carioca foram as retrancas de times mais modestos, como Cuiabá, Criciúma e Vitória, ou de adversários francamente medrosos, como Grêmio e Atlético-MG.
Sempre que enfrentou times que se dispuseram a jogar, o Botafogo foi indiscutivelmente melhor, marcando sempre muitos gols e não dando espaço para surpresas. Com Luiz Henrique, Savarino, Almada e Igor Jesus em grande fase, o time cumpre à risca as orientações de Artur Jorge e mostra um repertório variado, que inclui até jogadas ensaiadas.
Aliás, foi graças a uma dessas jogadas que o Botafogo passou pelo Internacional, anteontem, no Beira-Rio. A bola saiu de um escanteio, foi tocada pelos laterais enquanto Marlon Freitas, Luiz Henrique e Igor Jesus se lançavam entre os zagueiros, abrindo espaço para Savarino finalizar de primeira. O chute saiu rasteiro, no canto. Um golaço.
Além disso, é justo lembrar que o Botafogo não contou com facilidade ou ajuda externa, ao contrário do Palmeiras, que até em partida decisiva contra o Cruzeiro em BH conseguiu jogar com portões fechados. Em caso de empate ou vitória, o Glorioso vai se sagrar campeão brasileiro e a conquista será inteiramente justa e inatacável.
SUPER MUNDIAL DEFINE ROTAS DESIGUAIS PARA BRASILEIROS
A Fifa organizou uma grande festa para sortear ontem, em Miami, os oito grupos do Super Mundial de Clubes de 2025. A nova competição, criada pela entidade com o claro objetivo de ampliar ainda mais o nível de faturamento e tentar esvaziar a Liga dos Campeões da Europa, será disputada de 15 de junho a 13 de julho nos Estados Unidos.
São 32 times distribuídos em oito grupos de oito cada. O sistema é simples: os dois primeiros colocados avançam para as fases de mata-mata, seguindo o mesmo modelo da antiga Copa do Mundo de seleções.
Dos quatro representantes brasileiros, Palmeiras, Flamengo e Fluminense tiveram mais sorte, caindo em chaves bem amenas. Já o Botafogo caiu no “grupo da morte”, enfrentando dois europeus – Atlético de Madrid e PSG, além do norte-americano Seattle Sounders.
Primeiro clube sorteado, o Palmeiras encabeça o grupo A e terá como adversários o FC Porto, o Al Ahly (Egito) e o Inter Miami, de Lionel Messi. No grupo D, o Flamengo terá como principal pedreira o Chelsea, da Inglaterra. Espérance, da Tunísia, e o mexicano León, completam a chave.
O Fluminense terá confrontos com Borussia Dortmund, da Alemanha, Ulsan, atual tricampeão coreano, e Mamelodi Sundowns, da África do Sul.
A solenidade expôs a satisfação do presidente da Fifa, Gianni Infantino, para quem o sorteio da primeira Copa do Mundo de Clubes representa um fato histórico. De Ronaldo Fenômeno, com quem dividiu o palco, o dirigente ainda ouviu um dengo: "Por que não fez isso antes?".
EQUILÍBRIO DA SÉRIE A RESERVA EMOÇÕES ATÉ O FINAL
A quinta-feira à noite reservou momentos de angústia e emoção para a torcida do Fluminense, que derrotou o Cuiabá por 1 a 0, depois de perder um pênalti no primeiro tempo e sofrer para chegar ao gol na etapa final. Enquanto o Tricolor parecia aliviado, praticamente se livrando dos riscos de rebaixamento, eis que o Bragantino surpreendeu com uma vitória sobre o Atlético-PR, em Curitiba, por 2 a 1.
Os resultados deixam o Flu ainda fora da zona de queda, em 15º lugar com 43 pontos, mas diretamente ameaçado por Atlético-PR (16º) e Bragantino (14º). Os confrontos da última rodada irão definir o 4º rebaixado – que irá se juntar a Cuiabá, Criciúma e Atlético Goianiense.
O Bragantino, com 41 pontos, vai receber o Criciúma, já sem chances. Se vencer, vai a 44 pontos e pode empurrar o Fluminense ou o Atlético para a zona. O Furacão joga com o Atlético-MG em Belo Horizonte. Um duelo mortal, pois o Galo (44 pontos) ainda corre perigo.
Já o Fluminense tem a tarefa mais complicada. Vai encarar o Palmeiras, em São Paulo, precisando conseguir pelo menos um empate. O problema é que o Verdão ainda pensa no título, o que torna o jogo muito mais difícil.
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