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GERSON NOGUEIRA

Empate foi prêmio

Há algum tempo insisto na tese de que alguns técnicos chegam a Belém e não recebem as dicas necessárias sobre um ou outro jogador do elenco. Essa atribuição deveria ser do supervisor e de outros profissionais que já atuam no clube. Veja-se o caso de Walde

Há algum tempo insisto na tese de que alguns técnicos chegam a Belém e não recebem as dicas necessárias sobre um ou outro jogador do elenco. Essa atribuição deveria ser do supervisor e de outros profissionais que já atuam no clube. Veja-se o caso de Waldemar Lemos, há três meses no Evandro Almeida. Faz um trabalho de razoável para bom, pois conseguiu reabilitar o Remo na Série C depois que Marcelo Veiga deixou o time em aflitiva situação na tabela de classificação.

Apesar disso, Waldemar podia ter alcançado resultados bem melhores, caso tivesse sido bem informado sobre o elenco remista. Algumas decisões suas revelam um perigoso desconhecimento sobre o histórico de certos jogadores.

Será que ninguém o avisou que Allan Dias jamais pode ser segundo atacante de Edno, um homem de área e em excelente fase na equipe? Para espanto geral, Waldemar escalou Dias como opção ofensiva. Estava claro que o Remo teria imensas dificuldades de praticar o jogo veloz necessário para superar a previsível retranca salgueirense. Não deu outra.

Ao longo dos primeiros 45 minutos, o Remo sofreu para organizar jogadas simples junto à área adversária por não ter jogadores ágeis o suficiente para buscar manobras individuais. Qualquer aprendiz de feiticeiro sabe que só existem duas maneiras de furar sólidos bloqueios defensivos: jogadas rápidas de infiltração e chutes de média e longa distância.

Como ninguém no Remo se arvora a chutar de fora da área, restava tentar penetrar tabelando, mas aí faltava o homem chave para essa tarefa: o atacante de lado, geralmente habilidoso para vencer a marcação ou pelo menos sofrer faltas junto (ou dentro) da área.

Antes que o torcedor pudesse se irritar com as incompatibilidades existentes no ataque azulino, o volante Michel Schmoller entregou a rapadura, perdendo bola na intermediária e permitindo que o jovem Álvaro entrasse na área para abrir o placar, aos 9 minutos.

Em desvantagem, o Remo não sabia o que fazer para alcançar o empate. Tocava a bola sem objetividade até perder para a dura marcação do Salgueiro. Levy aparecia pelo lado direito, mas não tinha com quem dialogar. Eduardo Ramos não rendia em meio ao cerco imposto sobre ele.

Edno lutava na frente, mas a bola nunca chegava em boas condições. Allan Dias se limitou a escorar dois cruzamentos. Estava claro que a invenção no ataque tinha dado errado, como havia sido mal sucedida a utilização de Levy como atacante diante do Botafogo, em João Pessoa.

O empate veio após a única aposta sensata que o Remo fez no primeiro tempo e no próprio jogo. Marcinho pegou a bola e saiu tabelando com Edno. Quando ia finalizar, foi parado pela zaga. O árbitro viu pênalti no lance, Edno cobrou e converteu. O goleiro Luciano ainda tocou na bola e esta bateu no poste esquerdo antes de entrar, para angústia dos 15 mil torcedores presentes ao Mangueirão.

O segundo tempo se desenrolou do jeitinho que o Salgueiro queria, com muitas interrupções por câimbras, simulações e cera pura e simples. O Remo, ao invés de buscar as arrancadas em velocidade, como Marcinho fez no lance do pênalti, preferiu os cruzamentos sobre a área.

Waldemar, talvez pensando no gol que João Victor havia feito contra o River, lançou o atacante com missão fadada ao insucesso. Substituindo ao volante Michel, João tinha que correr pelos lados e ajudar Edno no ataque. Ocorre que ele não é velocista e ainda se recupera de lesão no braço. Seu lugar seria dentro da área esperando as bolas aéreas.

Quando Flamel entrou no lugar de Allan Dias, a pedidos da torcida, reacenderam-se as esperanças de uma tentativa de pressão com mais técnica e habilidade, a fim de envolver a defensiva do Salgueiro, que bloqueava com até nove jogadores.

Não funcionou também. E por uma razão bem clara: Flamel entrou para atuar pelos lados, quando é um meia-armador por excelência. Com ele em campo, Eduardo Ramos virou volante ao lado de Yuri e o time perdeu força de chegada à área inimiga.

Várias bolas foram jogadas na área, sendo rebatidas pelo goleiro e pelos zagueiros do Salgueiro. A cada cinco minutos, um salgueirense caía em campo e o jogo parava. Quando o Remo abriu os olhos, a partida estava chegando ao fim e o árbitro nem deu os prometidos (e corretos) seis minutos de acréscimos.

Waldemar precisa de gente que o oriente de verdade no Baenão. Falta quem o avise, por exemplo, que Magno é muito mais jogador de lado do que Fernandinho, Allan Dias e João Victor, juntos. E falta apostar mais no volante-zagueiro Tsunami, que podia estar repetindo na Série C o sucesso do também caseiro Ameixa na Série D do ano passado.

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