Uma máxima que é unanimidade entre professores e quem estuda para concurso público diz que o primeiro passo para buscar a tão desejada aprovação é ler o edital do certame. Mas não é passar o olho, ler só o tópico que fala sobre a data da realização da prova e o conteúdo, não. É de fato ler, ler mesmo, ler com calma, absorver aquelas orientações e a partir dali direcionar o estudo levando em consideração principalmente o estilo da banca de seleção responsável pela elaboração, divulgação e organização do processo seletivo escolhido.
Professora de Língua Portuguesa e Redação de cursos preparatórios, Yara Coeli concorda que o edital é peça-chave por vários aspectos, já que é cronograma que define, delimita o que é preciso estudar. “Se antes do edital sair a pessoa já estava estudando a base, por exemplo, Português, Direito Administrativo, Informática, agora ela vai poder ‘fechar’, saber exatamente o que precisa exercitar”, explica. E para definir esse estudo, ela avalia como fundamental entender como cada banca trabalha.
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“Da feita que o aluno sabe qual é a banca, ele tem que saber o modo como ela cobra. Em relação à Língua Portuguesa, por exemplo, se é mais ‘gramatiqueira’, ou se foca mais na interpretação de texto, que é para o estudo ser direcionado. Professores que conhecem a linha das bancas dão uma orientação melhor nesse sentido”, confirma. E para alívio de geral, a professora confirma que é bem pouco possível conseguir estudar absolutamente todo o conteúdo previsto pelo edital, e que justamente por isso o direcionamento correto pode fazer toda a diferença.
“Outro exemplo: o aluno vai fazer o concurso do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PA), da banca X. Não adianta fazer, como exercício, a prova do último concurso do órgão se quem organizou foi a banca Y. É preciso entender a linguagem da banca organizadora. Focando em resolver questões de provas anteriores da banca do concurso que o aluno escolheu, ele passa a se familiarizar com a linha de raciocínio daquela organizadora. Vale a pena buscar um curso preparatório, ou ir para internet assistir vídeos de professores que dão dicas”, indica Yara.
Advogado e também professor de cursos preparatórios, Klewerton Cunha lembra que, no jargão jurídico e no mundo concurseiro, o edital é a “lei” do concurso. E ele também bate na tecla de que é preciso começar sabendo em detalhes o que e como a banca do certame escolhido cobra, e se habituar com o estilo da prova. “Isso começa com a leitura detalhada do edital que traz todos os passos iniciais, desde duração da prova, estilo de questões até o conteúdo”, orienta.
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Assim como Yara Coeli, ele insiste que só é possível alcançar a aprovação com foco na área desejada, e que inscrever-se de forma aleatória é pura perda de tempo. “Ao decidir estudar, é preciso definir: carreira de tribunais? Área policial? Área da saúde? Assistente administrativo? Área bancária? Cada área de concursos tem disciplinas específicas e muito diferentes que precisam ser estudadas com foco. Não adianta ouvir a ansiedade e sair fazendo provas de diversas áreas desordenadas. Escolha no máximo duas áreas e dedique-se”, recomenda Klewerton.
Bancas são tão distintas que às vezes o mesmo assunto é cobrado de forma completamente diferente, ao ponto do candidato achar que não é o mesmo, explica o professor. “Se você pegar as provas do Cespe, por exemplo, as questões são estilo Certo ou Errado, e uma errada anula uma certa. Em outras bancas, como a Cesgranrio ou o Cetap, as questões são de múltipla escolha e erros não interferem em acertos. Conhecer a banca é fundamental”, garante.
Yara traz a situação de um concurso da Caixa Econômica Federal cuja prova foi feita pela Cesgranrio, mas com edital “copiado” do certame anterior, que tinha sido realizado pela Cebraspe. “Aí a pessoa acha que tem que estudar aquilo e fim, e não, vendo desse aspecto, o edital se torna uma coisa um pouco genérica. Sim, ele traz o conteúdo, mas o mais importante, aliado ao edital, é saber a linha de raciocínio da banca. Cada banca tem um modo de ver, de cobrar, que é diferenciado. É isso o que faz a diferença para o aluno”, conclui a preparadora.
Dicas para ler o edital
Quantidade de vagas e cargos
Saber a quantidade de vagas é uma forma de se planejar e entender quais são as suas chances de ser aprovado. O funcionalismo público é extremamente competitivo. Assim, conforme o número de vagas, você pode avaliar quais são as suas chances de ser aprovado em um concurso. Lembre-se, quanto mais postos, mais chances de ser nomeado.
Conheça o cargo
Outra questão importante para se estudar em um edital é o cargo. Você deve ler as atribuições dele. Afinal de contas, se você for nomeado, deve saber o que irá fazer. Portanto, busque informações nos editais, veja vídeos e converse com os profissionais da área para saber como é o cotidiano destes servidores.
Há muitos casos de pessoas que conseguem a tão sonhada nomeação, mas desistem assim que começam a trabalhar por não ter afinidade com o cargo.
Saber os requisitos dos cargos é uma obrigação do candidato. Os editais informam quais são quesitos necessários para entrar nele. Dentre os quesitos, que variam de acordo com a função, há nível de escolaridade, carteira de motorista (dependendo do cargo), experiência, especialização, dentre outras.
Cumprir os requisitos é necessário para ser nomeado.
Data de inscrição
Essa é a mais básica de todas, a data de inscrição. Fique atento ao período de inscrições do concurso em questão. Como falamos anteriormente, não há um padrão de publicação nos documentos. Há certames com apenas dois dias de inscrições e há aqueles com até dois meses.
Outro ponto para ficar atento é a isenção da taxa. Normalmente, os candidatos devem cumprir alguns requisitos para não pagar taxa de inscrição, mas você deve ficar esperto pois elas estão disponíveis apenas no início do período de inscrições.
Etapas do concurso
Podemos apontar que este tópico é o mais importante para se analisar em um edital. Pois ele indica as etapas de um concurso público. Geralmente, elas são classificadas da seguinte forma:
•Provas objetivas;
•Provas escritas;
•Prova prática;
•Prova de títulos;
•Teste de Aptidão Física;
•Avaliação Psicológica;
•Entrevista.
As etapas são importantes para você se preparar da melhor forma para os concursos públicos. Como destacamos anteriormente, não há um padrão nos editais. Desta forma, as etapas são diferentes de acordo com a área escolhida.
Por exemplo, em um concurso de nível médio para assistente administrativo, o candidato não precisa de prova prática, teste aptidão física e nem prova de título. Por outro lado, um concurso para Polícia Federal exige todas as etapas citadas acima.
Fonte: JC Concursos
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