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NA TAÇA #122

Maniçoba: o prato que ferve por 7 dias e alimenta gerações no Pará

No episódio de hoje do DOLCcast, Na Taça, o chef Fábio Sicília mergulha nas origens, reinvenções e harmonizações do prato que é tradição no Círio e símbolo da cozinha amazônica.

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Imagem ilustrativa da notícia Maniçoba: o prato que ferve por 7 dias e alimenta gerações no Pará camera ARTE / DOL

Você conseguiria esperar sete dias pra comer um prato? No Pará, isso não só é possível… como é celebrado. No episódio desta semana, o chef, sommelier e chocolatier Fábio Sicília revela por que a maniçoba é muito mais que uma comida: é técnica, afeto, ancestralidade e tempo.

Feita a partir da maniva, a folha da mandioca brava, a maniçoba precisa ferver por pelo menos sete dias para que a toxina natural presente na planta (o ácido cianídrico) desapareça. Esse processo lento é uma verdadeira aula da sabedoria indígena e afro-amazônica, passada de geração em geração.

Durante o Círio de Nazaré, a maniçoba é presença certa nas mesas paraenses. Tradicionalmente servida com charque, carne de porco salgada, linguiça, bucho e costelinha, o prato ganhou novas formas nos últimos anos.

Hoje, já é possível encontrar:

• Maniçoba vegetariana, feita com legumes e proteína de soja;

• Maniçoba de frutos do mar, com camarão seco, peixe salgado e até polvo;

• Maniçoba de frango, mais leve, mas com a mesma densidade e sabor marcante.

Ouça aqui o episódio completo:

NA TAÇA #122

Maniçoba: o prato que ferve por 7 dias e alimenta gerações no Pará

Por DOL -

Maniçoba: o prato que ferve por 7 dias e alimenta gerações no Pará

E mais: chefs têm explorado o prato em releituras contemporâneas, como recheio de salgados gourmet, base de molhos escuros ou servido em mini porções degustativas em menus da alta gastronomia.

Na taça: como harmonizar um prato tão intenso?

Com sabor denso, terroso e gorduroso, a maniçoba exige bebidas de presença. No podcast, Fábio dá o caminho das pedras:

• Tintos de médio a encorpados, como um Carmenère chileno, Syrah brasileiro ou Touriga Nacional português;

• Vinhos naturais, com notas rústicas e fermentação espontânea, que conversam com o perfil da maniva;

• Cervejas escuras, como porter, stout ou até weissbier defumada, ideais para acompanhar sem sobrepor;

• E claro: cachaças envelhecidas em bálsamo ou amburana, com notas de madeira e especiarias, fazem par perfeito com a intensidade do prato.

Com uma fala firme e acolhedora, Fábio encerra o episódio com um convite para a experiência — mais do que o julgamento: “Dizer que maniçoba é estranha ou pesada sem nunca ter provado é negar a chance de conhecer um sabor que carrega a alma do Pará. Não dá pra opinar se não provar.”

Fábio Sicília é chef de cozinha, sommelier e chocolatier por formação e um profundo estudioso dos sabores. A vasta experiência em harmonizações e conhecimento profundo de vinhos acrescentam uma camada de sofisticação e prática às discussões sobre paladar e escolhas alimentares.

O DOLCast “Na Taça” é atualizado todas as sextas-feiras no Dolcast com as dicas do chef de cozinha, sommelier e chocolatier Fábio Sicília sobre vinhos, gastronomia e suas harmonizações e lógico, algumas boas viagens.

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