O grupo feminino de percussão Tambúru lançará o seu primeiro álbum “Mulheres Tambor” no próximo dia 24, em todas as plataformas digitais, a partir das 12h. O álbum conta com cinco músicas e é resultado do Edital Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura do governo federal e que no Pará é executado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).
As cinco músicas do álbum “Tambúru”, “Recanto dos Tambores”, “Mulheres Tambor”, “Tome xote” e “Vaqueiras do Marajó” são resultado de estudos do professor coordenador do grupo, o percussionista Rafael Barros, junto com as 22 mulheres que o integram, trabalhando com ritmos brasileiros, de maneira especial o universo amazônico. “Esse universo da música amazônica é composto de vários ritmos, como o lundu, xote bragantino, carimbó, vaqueiro do Marajó, entre outros. E tudo isso está dentro das músicas desse álbum”, destaca o coordenador. O álbum foi gravado no estúdio APCE e teve como técnico de gravação, mixagem e masterização: Assis Figueiredo.
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Rafael Barros destaca também que das 22 mulheres percussionistas, apenas uma é de fora do estado do Pará (é mineira) e que a junção dos muitos batuques propicia o surgimento de uma multiplicidade de sons e ritmos novos. “Os ritmos vão se movendo, vão se compondo ali, no momento de ensaio. A partir do som produzido por essas 22 mulheres tocando seus tambores é possível criar muita coisa, uma gama variada de instrumentos e de possibilidades sonoras. A gente brinca muito também com essa questão sonora, com essa construção musical”, revela.
O trabalho teve também como convidadas três musicistas que tem carreira atuante no cenário musical de Belém. São elas: Ander Figueiredo (trompete), Melina Fôro (violão) e Inesita (contrabaixo), além da participação especial de Juliana Silva ao pandeiro, na música “Tome Xote”.
O coordenador do Tambúru explica também que o grupo de percussão feminino trabalha tendo como base quatro tambores, que são centrais na execução das músicas. São eles: o Curimbó ou Carimbó, que é o tambor da manifestação do Carimbó; a caixa de Marabaixo, que é utilizada no ritmo do Marabaixo, que é um ritmo quilombola do estado do Amapá; e um tambor que o grupo apelidou carinhosamente de Tambúru, que é um tambor diferente, menor, de som mais agudo, mais fino. E ainda um quarto tambor, que se junta a essa mistura potente, que é o pandeiro, que é de menor dimensão, mas querido por todos.
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Mas Rafael Barros e o grupo ainda dão um toque mais personalizado ao som do grupo, misturando vários instrumentinhos e construindo também alguns. “Tem uma baqueta que é utilizada nos atabaques de religiões de matriz africana, que se chama Aguidavi, que também utilizamos para a execução de nossas músicas. Ela é feita de galhos de goiabeira e tem todo um processo para tirar o galho e fortalece-lo, para poder fazer com que ele vire uma baqueta. Nós a utilizamos como um recurso de som agudo. Mas a gente utiliza também maracas e também tampas de garrafas Pet, triângulos e agogôs, que são feitos da castanha do Pará”, ressalta o músico.
Percussionista com vários projetos e trabalhos executados em Belém, Rafael Barros também integra, desde 2005, o Arraial do Pavulagem, tradicional boi que promove arrastões pela capital, em especial durante o período junino. “Nesses 19 anos de Arraial do Pavulagem, tocando e ministrando oficinas, eu fui percebendo uma crescente aproximação das mulheres em relação à percussão, e isso me chamou a atenção. Em 2021, durante a pandemia, ministrei um curso online chamado “Amazônia Brasil”, que teve sete módulos, ministrados durante sete meses. E em janeiro de 2022, eu fiz um convite para os encontros passarem para o presencial e foi quando o grupo TAMBÚRU foi se formando e chegou até a formação atual, com as 22 mulheres percussionistas”, lembra. “Decidi investir no trabalho de percussão feminina, com o toque da mulher, as mãos das mulheres, o que tem uma simbologia enorme nessa questão da relação da mulher com o tambor e com o canto, na cultura brasileira e na cultura amazônica”, acrescentou.
O TAMBÚRU é um grupo de percussão formado por mulheres que têm perfis bem diversos, segundo Barros. “Muitas das percussionistas são professoras e buscam um curso de percussão para, por exemplo, poder trabalhar com seus alunos ou diversificar mais a área de estudo. Mas o grupo tem de tudo: socióloga, mulheres que trabalham no lar, aposentadas, psicólogas, advogadas, além de duas professoras de música. Todas de faixas etárias bem diferentes. E acho que é essa diversidade que propicia um rico material musical”, conclui.
Sobre o TAMBÚRU
O Grupo Feminino de Percussão TAMBÚRU é formado por 22 mulheres e estuda a percussão brasileira, com enfoque na percussão amazônica e seus instrumentos seculares, trabalhando na construção, valorização e o empoderamento feminino, por meio da ancestralidade presente nos instrumentos, nos toques e no fazer musical. O grupo foi formado no início de 2022, após um período de aulas online em 2021, ministradas pelo professor, percussionista e compositor Rafael Barros. Entre as manifestações da cultura popular estudadas estão: lundu, xote bragantino, carimbó, marabaixo, ciranda, samba de roda, maculelê, são bento grande, baião, entre outras.
A estreia do grupo aconteceu em novembro de 2022, no Teatro Experimental Waldemar Henrique, e contou como convidadas as musicistas Anderlene Figueiredo (trompete) e Inesita (contra-baixo), que integram o espetáculo, além das participações especiais de Katarina Chaves, Maria Flor e Coro ECOS do Pará, regido pelo maestro Dyogo Maia.
Integrantes do TAMBÚRU:
- Ana Albuquerque
- Ana Terra
- Brunely Coimbra
- Carmen Rocha
- Dayse Duarte
- Eugênia Lobato
- Euzalina Ferrão
- Gabriela Coelho
- Jô Coutinho
- Juliana Queiroz
- Kátia Chaibe
- Liliane Garcia
- Marcelle Rolim
- Maria Bento
- Marilsa Pontes
- Patrícia Failache
- Pepa
- Rai Quadros
- Silvana Veloso
- Silvia Menezes
- Soraia Failache
- Vera Brito
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