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EMMY 2020

Emmy tem recorde de indicações de negros, mas esnoba latinos e asiáticos

Mais importante premiação da televisão americana, o Emmy chega neste domingo à sua 72ª edição como um espelho da guerra de plataformas de conteúdo que domina a cena audiovisual e também com um recorde batido – este é o ano com o maior número de negros ind

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Imagem ilustrativa da notícia Emmy tem recorde de indicações de negros, mas esnoba latinos e asiáticos camera Este é o ano com o maior número de negros indicados nas categorias de atuação. | Reprodução

Mais importante premiação da televisão americana, o Emmy chega neste domingo à sua 72ª edição como um espelho da guerra de plataformas de conteúdo que domina a cena audiovisual e também com um recorde batido – este é o ano com o maior número de negros indicados nas categorias de atuação.

As duas particularidades deste ano se juntam a uma terceira. Por causa do coronavírus, esqueça o glamour do tapete vermelho e a pomposa festa de sempre. Desta vez, a entrega de prêmios será toda virtual, como já vinha ocorrendo ao longo da semana passada, numa série de minicerimônias distintas centradas em categorias técnicas e programas de variedades.

Essas particularidades também respingam no campeão de nomeações "Watchmen", minissérie que recebeu 26 indicações – e é a favorita em muitas delas. Sua temática e elenco ajudaram o Emmy a ter 33% de negros entre os atores na competição deste ano.

Enquanto isso, a emissora da trama, a HBO, está na linha de frente de duas batalhas ferozes que se desenrolam há algum tempo – a da TV tradicional versus o streaming e aquela que acontece entre as próprias plataformas sob demanda. A representante do canal no último caso é a recém-lançada HBO Max, que abriga o seu conteúdo.

Mas nem as 26 menções a "Watchmen" conseguiram engrossar o caldo de indicações da HBO o suficiente para bater a concorrente Netflix. No total, o gigante da TV fechada recebeu 107 nomeações, contra 160 do gigante do streaming – que nunca levou as estatuetas mais cobiçadas da premiação, as de melhor série de drama e de comédia.

A HBO e a Netflix encabeçam uma lista que ajuda o espectador a entender como anda a disputa por audiência e prestígio em solo americano. Logo abaixo dessas duas, as três empresas com mais indicações são emissoras, NBC –com 47–, ABC –36– e FX –33. Só então outros serviços de streaming aparecem, o que mostra que a TV tradicional ainda tem uma força imensa.

Na sequência vêm Amazon –31–, Hulu –26–, CBS –23–, as novatas Disney+ –19– e Apple TV+ –18–, Pop TV –16–, Fox –15–, VH1 –13– e, por último, BBC America, Comedy Central e a também novata Quibi, cada uma delas com dez menções.

É sem dúvida um cenário superpovoado e, em meio a tantas opções, é natural que muitos programas e artistas fiquem de fora do Emmy. Mas algumas dessas esnobadas não passaram despercebidas pelo público. Mesmo com o recorde de atores negros indicados neste ano, muita gente tem questionado até onde vai a diversidade do Emmy.

Isso porque 1% das categorias de atuação é composto por pessoas de ascendência asiática, enquanto os atores latinos simplesmente desapareceram da cerimônia deste ano. Os dados são ainda mais frustrantes quando levado em consideração que Los Angeles, onde a maioria desses programas é gravada, tem 15% de sua população formada por amarelos e quase metade por latinos.

"Por que nós, latinos, não podemos ter um pedaço dessa torta? Nós somos o maior grupo étnico nos Estados Unidos e estamos ausentes como se não existíssemos", escreveu o ator John Leguizamo em sua conta no Twitter depois do anúncio dos indicados.

Na mesma rede social, um post do jornalista americano Manuel Betancourt, em que fala sobre o problema e destaca performances que poderiam ter sido contempladas, viralizou. Entre os atores lembrados por ele –e com ausência no Emmy notada há quatro edições– está Rita Moreno, uma lenda de Hollywood.

Ela está em "One Day at a Time", série de comédia com base de fãs dedicada e boas críticas, centrada numa família de origem cubana, mas que até hoje só foi lembrada pela premiação por sua fotografia.

Outras performances e séries populares com tempero latino, lembradas pelos fãs como possíveis indicadas ao Emmy, incluem "Vida", Gina Rodriguez em "Jane the Virgin", Rosa Salazar em "Undone", Harvey Guillén em "What We Do in the Shadows" e até mesmo Sofía Vergara pela temporada derradeira de "Modern Family" –sua última chance de conquistar o troféu pela hilária Gloria, após quatro indicações frustradas.

Entre os asiáticos, o 1% é formado por Sandra Oh, de "Killing Eve", e Dev Patel, por "Modern Love". Poderiam ter feito companhia a eles Manny Jacinto, também por uma temporada de despedida, a de "The Good Place". Ou então Awkwafina, por "Awkwafina Is Nora from Queens", e Hong Chau, por "Watchmen".

Entre as atuações lembradas pelo Emmy, no entanto, estão as de atores e personagens queridíssimos pelo público e que integram os 33% de negros indicados. São as de Billy Porter, em "Pose", e de Zendaya, em "Euphoria". Mas as menções, nas categorias de ator e atriz em série dramática, deixaram um gosto bem amargo na boca de seus fãs.

Os dois contracenam, em suas respectivas séries, com mulheres trans que também não deram as caras na premiação –e suas temáticas centradas na diversidade tampouco tiveram força para aparecer nas categorias principais. No caso de "Pose", a protagonista MJ Rodriguez não só levantaria a bandeira trans com uma indicação, mas também ocuparia uma vaga em prol da representatividade latina.

Não faltaram opções para que a inclusão do Emmy fosse ampliada –a diversidade, afinal, tem dado o tom do embate entre as TVs e os serviços de streaming. Nunca se produziu tanta série como hoje e, graças à inexistência de uma grade de programação rígida nas plataformas online, conteúdos de nicho e centrados em minorias têm florescido.

O recorde quebrado nesta 72ª edição, o de mais atores negros já indicados, mostra que as coisas estão mudando. Mas não parece ser o suficiente para esconder que, apesar dos esforços, a indústria segue controlada por uma parcela de pessoas homogênea.

INDICADOS

Drama

'Better Call Saul'

'The Crown'

'O Conto da Aia'

'Killing Eve'

'Mandalorian'

'Ozark'

'Stranger Things'

'Succession'

Comédia

'Curb Your Enthusiasm'

'Disque Amiga para Matar'

'Good Place'

'Insecure'

'O Método Kominsky'

'Maravilhosa Sra. Maisel'

'Schitt's Creek'

'What We Do in the Shadows'

Minissérie

'Watchmen'

'Mrs. America'

'Unbelievable'

'Nada Ortodoxa'

'Little Fires Everywhere'

Atriz em drama

Jennifer Aniston ('The Morning Show')

Olivia Colman ('The Crown')

Jodie Commer ('Killing Eve')

Laura Linney ('Ozark')

Sandra Oh ('Killing Eve')

Zendaya ('Euphoria')

Ator em drama

Jason Bateman ('Ozark')

Sterling K. Brown ('This Is Us')

Steve Carell ('The Morning Show')

Brian Cox ('Succession')

Billy Porter ('Pose')

Jeremy Strong ('Succession')

Atriz em comédia

Rachel Brosnahan ('Maravilhosa Sra. Maisel')

Catherine O'Hara ('Schitt's Creek')

Christina Applegate ('Disque Amiga para Matar')

Issa Rae ('Insecure')

Linda Cardellini ('Disque Amiga para Matar')

Tracee Ellis Ross ('Black-ish')

Ator em comédia

Anthony Anderson ('Black-ish')

Michael Douglas ('O Método Kominsky')

Ted Danson ('Good Place')

Eugene Levy ('Schitt's Creek')

Ramy Youssef ('Ramy')

Don Cheadle ('Black Monday')

72º PRIMETIME EMMY AWARDS

Exibido neste domingo (20), às 21h, na TNT

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