No mês de julho, o cinema da Estação das Docas exibe o penúltimo filme de David Cronemberg: “Um Método Perigoso”, com Keira Knightley, Viggo Mortensen, Michael Fassbender e Vicent Cassel. O filme estreia nesta quinta-feira (12), às 18h e 20h30 e fica em cartaz até o dia 22 de julho, com direito à tradicional sessão matinal às 10h aos domingos. Baseado no livro “Um Método Muito Perigoso” de John Kerr, a história mostra o encontro de dois mestres da psicanálise, Sigmund Freud (Mortensen) e Carl Jung (Fassbender), e seu envolvimento com a russa Sabina Spielrein (Keira Knightley).
Em 1907, Sigmund Freud e Carl Jung iniciaram uma parceria que iria mudar o rumo das ciências, assim como o das suas próprias vidas. Seis anos depois, tudo isso se altera e eles tornam-se antagônicos, tanto no que diz respeito às suas considerações científicas, como no que se refere às questões de foro íntimo. Entre os dois, para além das divergências de pensamento, surge Sabina Spielrein (Keira Knightley), uma jovem russa de 18 anos internada no Hospital Psiquiátrico de Burgholzli. Com diagnóstico de psicose histérica e tratada por métodos psicanalíticos, ela torna-se paciente e amante de Jung e, mais tarde, colega e confidente de Freud.
“Você vê as fragilidades desses personagens e aprende sobre as dúvidas que tinham e como mudaram de ideia a respeito das coisas. Também é possível ver como esses dois homens tentaram ser mais espertos e tentaram manipular um ao outro. Eles revelaram mais do que queriam sobre si mesmos. O filme é preciso nisso, porque é baseado nas cartas entre os dois. Há uma ligeira limitação por parte de Jung, porque seus herdeiros não divulgaram tudo, mas há o suficiente para montar a história.”, revelou o ator Viggo Mortensen durante o lançamento do filme no Festival de Veneza no ano passado.
Mortensen, que brilhou em filmes da nova fase de Cronemberg, como “Marcas da Violência” (2005) e “Senhores do Crime” (2007), estreou nas telas como um fazendeiro amish em “A Testemunha” (1985) e foi obtendo papéis maiores em filmes como “O Pagamento Final” (1993) e “Retratos de uma Mulher” (1996). Então veio “O Senhor dos Anéis” (2001), “Appaloosa” (2008) e “A Estrada” (2009).
O DIRETOR
David Cronenberg nasceu em Toronto, Ontário, Canadá, em 1943. Alcançou o status cult de mestre do horror com variações do vampirismo moderno:“Enraivecida na Fúria do Sexo”, (1977) e “Calafrios” (1975). No Brasil, ganhou popularidade com “Scanners” (1981), “A Hora da Zona Morta” (1984) e “Videodrome” (1985), com a líder do Blondie, Deborah Harry. São filmes que investigam o uso da tecnologia nos limites do corpo e suas consequências na estética contemporânea, no caso, o cinema. Cronemberg fecha este ciclo com a refilmagem de “A Mosca”, em 1986.
A partir de “Gêmeos – Mórbida Semelhança” (1988) e “Mistérios e Paixões” (1991), as tensões da dependência homem, drogas e máquina, deixam der ser apenas exercício de estilo para alçar o domínio autoral a explorar o eterno processo de mutação, já proposto na releitura de “M – Butterfly” (1993), na provocação de “Crash” (1996), nos limites suspensos da realidade virtual em “eXistenZ” (1999), e os supostos limites da mente humana em “Spider” (2002). “Marcas da Violência” e “Senhores do Crime” injetam os procedimentos de graphic novel e narrativa policial, em processo de filmagem diferente do estilo que consagrou o cineasta canadense, e por isso, rico em outras possibilidades estéticas.
Serviço: "Um Método Perigoso" (EUA, 2011), de David Cronemberg, com Viggo Mortensen, Michael Fassbender. Indicação 14 anos. Será exibido entre os dias 12 e 22 de julho, no Cine Estação. (Agência Pará)
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