“O Senhor do Labirinto”, filme lançado no final do ano passado, mas ainda em processo de distribuição pelos cinemas do Brasil, conta a história real de Arthur Bispo do Rosário. Sergipano, pobre, negro, nascido em 1909.
No final dos anos 20, Arthur mudou-se para o Rio de Janeiro e foi marinheiro, pugilista, lavador de bonde e borracheiro. No exercício destas duas últimas funções, sofreu um acidente de trabalho e processou a empresa.
Depois, passou a trabalhar na casa do advogado que o defendeu na causa trabalhista até o dia em que começou a sofrer de delírios e alucinações, em 1938.
Arthur Bispo do Rosário acreditava ser Jesus e foi internado, durante 50 anos, na colônia Juliano Moreira, diagnosticado como esquizofrênico-paranoico, um psicótico.
De acordo com o historiador de arte, Frederico de Morais, o potencial artístico de Bispo intensificou-se em 1967, quando estava recluso na solitária, por ter agredido outro interno, disse ter escutado uma voz que dizia “está na hora de você reconstruir o mundo”.
A partir deste episódio, Bispo começa a usar a arte para retratar o que vê no mundo e permanece, por vontade própria, sete anos recluso em seu “castelo”, seu quarto no hospício, onde só deixava entrar quem conseguia ver sua aura.
Até os dias de hoje, a arte dele é exaltada por críticos como “a melhor produção da vanguarda internacional”. Arthur Bispo do Rosário é um dos exemplos mais representativos da forma com que psicóticos encontram na arte uma forma de restabelecer contato com a realidade.
Alguns outros nomes bem conhecidos foram Van Gogh, James Joyce e Antonin Artaud. Veja o trailer oficial do filme que narra a história deste personagem tão importante para a história da arte brasileira.
(Diário do Pará)
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar