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DESTERRO

Ópera rock da banda Álibi de Orfeu chega aos palcos cheia de crítica social

Baseado no álbum homônimo da banda Álibi de Orfeu, a ópera rock “Desterro” estreia hoje no palco do Teatro Margarida Schivasappa, onde fica em cartaz até domingo, sempre às 19h. O espetáculo carrega a cultura paraense e a crítica sociopolítica sobre o cen

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Imagem ilustrativa da notícia Ópera rock da banda Álibi de Orfeu chega aos palcos cheia de crítica social camera Os músicos da banda Álibi de Orfeu tocam ao vivo no espetáculo, junto com o grupo de Percussão da Terra. A produção envolve ainda por mais de 21 atores-cantores. | Divulgação

Baseado no álbum homônimo da banda Álibi de Orfeu, a ópera rock “Desterro” estreia hoje no palco do Teatro Margarida Schivasappa, onde fica em cartaz até domingo, sempre às 19h. O espetáculo carrega a cultura paraense e a crítica sociopolítica sobre o cenário brasileiro. Do álbum que já nasceu com o objetivo de ser um espetáculo visual, são 14 músicas compostas e gravadas tendo como contexto a realidade da região, transformada em rock.

O argumento foi proposto pelo baterista Rui Paiva e o enredo inicial, pelo baixista Sidney Klautau. Assim, o álbum “Desterro” - que teve duas grandes tiragens esgotadas, com produção e participação de Edgard Scandurra - nasceu com um propósito, mas era necessário uma equipe para transformá-lo em uma narrativa de teatro musical.

“Os meninos da banda tinham um pensamento de tornar essa narrativa mais real para o público, então buscavam pessoas para ajudar nisso. Eles se uniram a Bel Lobato, diretora geral e coreógrafa, para dar vida à ideia. Quanto a dramaturgia, ela é de autoria do Danilo Monteiro e desde então, eles reuniram essa equipe onde me encontro fazendo a direção musical, enquanto o Léo Bahia faz a direção teatral do espetáculo”, diz Lídia Marçal.

“Desterro - Uma Ópera Rock Amazônica” conta a história de Dira, uma mulher do interior do Pará que sai de sua terra natal, após o assassinato de sua avó, Doroteia do Carmo, uma ativista que lutava contra grilagem de terras, violência no campo e sonhava com prosperidade e justiça social na região.

“A ideia é retratar a história de uma jovem que sai da Terra do Meio [região do Pará entre os rios Xingu e Iriri, alvo de conflitos ambientais] depois de uma tragédia, buscando mudar sua vida. E toda a sua história tem como pilar de narrativa as músicas incríveis do álbum ‘Desterro’”, completa a diretora musical do espetáculo.

A história será contada por 21 atores e atrizes, tendo no palco também a Orquestra de Tambores Percussão da Terra, assim como os músicos da própria Álibi de Orfeu, uma das representantes mais antigas da cena roqueira paraense, criada no final dos anos 1980. A banda, que já dividiu palco com artistas como Cassia Eller, Ira!, Capital Inicial e Barão Vermelho, tem na formação, além de Rui e Sidney, os músicos Victor Estácio (guitarra e violão), Rafael Mergulhão (guitarra), e Wanessa Amorim (vocais).

Realidade dos conflitos agrários dá o mote para espetáculo

Vagner Mendes (de branco) é Iran, jovem apaixonado por Dira, conduzido por uma força misteriosa. Melquisedeque Matos é o Muiraquitã que o protege.
📷 Vagner Mendes (de branco) é Iran, jovem apaixonado por Dira, conduzido por uma força misteriosa. Melquisedeque Matos é o Muiraquitã que o protege. |Divulgação

A atriz Emanuele Corrêa dá vida à Lucélia do Carmo, mãe de Dira, uma mulher forte que precisa ser ainda mais resistente quando Doroteia é assassinada. Dira decide ir embora para Belém em busca de uma vida melhor.

“‘Desterro’ nos pede várias habilidades comuns ao teatro musical: canto, dança e interpretação. Mas por ser uma ópera rock autoral, nos pede ainda mais. As músicas têm narrativas muito fortes e, consequentemente, os personagens também. Minha personagem, como mãe, sente medo, pois sabe que a filha enfrentará situações difíceis, mas aceita, porque sabe que a violência no campo é uma realidade e não deseja isso para a filha. A Lucélia é um presente, me sinto honrada em representar uma mulher tão forte e destemida como as mulheres da família do Carmo e participar do espetáculo só prova para mim, enquanto artista, a qualidade de produções e de pessoas trabalhando na cena artística que temos”, destaca Emanuele.

Trabalhar as músicas de rock pesado e inserir vocais que transmitam exatamente o que a cena pede exigiu do elenco uma preparação de cinco meses, entre workshops, uma segunda audição para personagens, e ensaios, inclusive com a banda tocando ao vivo, para que a equipe técnica chegasse ao resultado de duas horas de espetáculo com energia e o ritmo necessários.

“Tecnicamente estamos trabalhando para apresentar a melhor versão ao público de um espetáculo com uma história incrível, com arranjos musicais novos e uma estrutura de palco e iluminação para dar os detalhes que a dramaturgia precisa. É um espetáculo que precisa ser visto!”, diz Lídia Marçal”. E completa: “Trabalhar uma ópera rock é um desafio não só para mim, mas para todos os diretores envolvidos e, graças à equipe bem preparada e coesa que temos, junto com a banda Álibi de Orfeu, iremos apresentar um espetáculo onde as pessoas vão se emocionar, rir, se indignar e que tem o objetivo de fazer com que o público reflita sobre as várias formas de violência, inclusive a do campo”.

Serviço:

Desterro Uma Ópera Rock Amazônica

Quando: 13, 14, e 15 de março às 19h.

Onde: Teatro Margarida Shivasappa (Av. Gentil Bittencourt, 650 - Nazaré)

Quanto: R$ 30 reais (meia e antecipado) e R$ 60 (nos dias do evento), à venda pelo Sympla

Classificação: 16 anos

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