Com vários profissionais trabalhando de casa e os filhos com aulas suspensas, para conter o transmissão do coronavírus no país, encarar o lar como um lugar bom de estar pode ser fundamental para passar bem por esse momento de tensão. Sem deixar de lado a importância da informação e os cuidados recomendados, alguns profissionais estão mostrando que a obrigação de ficar em casa pode ser convertida em oportunidade de se reconectar consigo, com a rotina da casa e com os filhos.
“É exatamente isso. Minha casa é minha cura. Quantas vezes a gente está na rua e pensa ‘tô doida pra voltar pra casa’? Essa relação com a minha casa é de cura, e se não é, tem algo errado. A casa precisa ser um lar e não só onde acordo, como e durmo”, lembra Trisha Guimarães, criadora do perfil “A Casa Como Ela É”, no Instagram, em que dá várias dicas sobre cuidados com a casa e como transformá-la em um ambiente especial para seus moradores e visitantes.
Thais Torres, psicóloga, educadora infantil e proprietária de um espaço de livre brincar, o Mamãe Full Time, conta que orientou também nesse sentido os pais que frequentam o local. “Você pode aproveitar esse momento para estreitar a relação que, no dia a dia, acaba perdendo. A gente vive tão atarefado, tem horário para chegar ao trabalho, para deixar as crianças no colégio; muitas vezes não consegue fazer uma refeição juntos. E pode agora ter esses momentos, com toda tranquilidade, porque ninguém tem horário para cumprir”, ensina.
O lar deve ser transformado em ambiente de acolhimento, especialmente para as crianças, que ainda não conseguem compreender todas as nuances desta situação, diz a psicóloga. “Muitas crianças saíram da escola em pânico. Apesar de a escola ter cuidado ao informar sobre a suspensão das aulas, dizer que elas não poderiam sair para ir ao shopping, ao parque, à casa dos avós, só ficar com papai e mamãe, muitos saíram assustados. Ao chegar em casa, têm que se sentir seguros e o porto seguro são os pais”, lembra Thais.
Por isso, no mínimo é preciso buscar estar sereno, para passar essa segurança. “E o mundo em si está precisando desse pensamento positivo. O vírus já está aí, o alarde já foi feito, a internet segue mandando informações a todo momento. Agora é manter o olhar sereno e aproveitar o lar, estreitar as relações, pensar que existimos além do nosso umbigo, que existem pessoas que precisam da nossa colaboração. É importante validar relações familiares. Às vezes a gente valida muito as relações do trabalho, mas não de quem está na nossa casa”, aponta Thais.
TERAPIA
Cuidar da casa nesse momento também é uma terapia. “Acho que a gente pode começar colocando em prática tarefas que vai empurrando com a barriga, sabe? Organizar aquela estante de livros, separar roupa para doação, aqueles brinquedos que a criança não brinca mais. É o momento para fazer essas coisas que a gente não gosta, mas com essa situação de não ter muito o que fazer é bom para ir fazendo aos poucos”, diz Trisha.
E junto a isso, claro, pode-se aproveitar as pequenas atividades cotidianas. “Pode aproveitar para ficar de dengo com o filho, que não tem hora para ir para escola, ou você para o trabalho, pode ver junto o filme favorito, cozinhar juntos. Quem tem filhos a partir de cinco ou seis anos, pode incentivar a fazer pequenas tarefas de casa, como guardar os brinquedos, organizar a cama, colocar roupa no cesto de roupa suja. E aproveitar para incluir os homens nessa dinâmica. Muitas vezes fica tudo com as mulheres, então pode ser o momento de ele também se integrar nessa dinâmica da casa durante a quarentena”, completa.
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