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Histórico: Projeto de lei cria Dia Estadual do Hip-Hop

Segundo os fundadores do Movimento Hip-Hop Organizado do Pará, criado em 1993, a cultura hip-hop chegou à capital paraense em 26 de novembro de 1984, com a exibição do filme “Beat Street”, no Cine Olympia. A obra, lançada no mesmo ano, nos Estados Unidos,

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Imagem ilustrativa da notícia Histórico: Projeto de lei cria Dia Estadual do Hip-Hop camera Cena paraense do hip-hop vive momento de expansão, visibilidade e criatividade celebradas com criação do Dia Estadual do Hip-Hop. | Divulgação

Segundo os fundadores do Movimento Hip-Hop Organizado do Pará, criado em 1993, a cultura hip-hop chegou à capital paraense em 26 de novembro de 1984, com a exibição do filme “Beat Street”, no Cine Olympia. A obra, lançada no mesmo ano, nos Estados Unidos, retrata o movimento nascido no Bronx, em Nova York, quando o DJ Kool Herck e o DJ Afrika Bambaataa decidiram levar a juventude afro-americana para longe das gangues, fazendo-os competir com criatividade e não com violência.

Deste primeiro contato até aqui, a cultura hip-hop se fortaleceu, cresceu e tem sido explorada por artistas locais de forma cada vez mais abrangente, inclusive mesclando-se a outros ritmos paraenses. Além das famosas batalhas de MCs, b-boys e b-girls no Mercado de São Brás e na Praça da República, alguns nomes tomaram visibilidade nacional, como Pelé do Manifesto e Daniel ADR, enquanto novas gerações continuam a chegar, especialmente pelas vozes femininas, com artistas como Nega Ysa, Anna Suav e Nic Dias.

Como reconhecimento à expansão e diversidade tomada pela cultura hip-hop no estado, a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) aprovou na última quarta-feira, 26, o Projeto de Lei 172/2019, que institui o dia 26 de novembro como o Dia Estadual do Hip-Hop no Pará. O líder do Republicanos, deputado Fábio Freitas, destacou que “movimentos como o hip-hop mostram que as formas de expressão cultural no Brasil podem ser usadas na luta contra a discriminação racial e desigualdade social” também, justificando o seu reconhecimento e incentivo. Ele é o autor do Projeto de Lei, que segue agora para sanção do Poder Executivo.

GUETO FLOW

Em 36 anos de existência dessa cultura, o Movimento Hip-Hop Organizado do Pará realiza há 27 deles o “Festival Hip-Hop Belém”, no qual integra todos os elementos que a compõem, como o breakdance, os DJs, o rap e o grafite. Em todas as linguagens, está presente o retrato das experiências de jovens que vivem na periferia e lutam contra o preconceito e a desigualdade social, além de simbolizar uma forma de resistência e mudança dessa realidade. Ao longo dos últimos anos, a cena cultural da capital paraense viu nascer vários bons exemplos disso.

Ao lado de Anna Suav, a rapper e poeta Shayra Mana Josy, que hoje circula por feiras literárias nacionais, fundou o Slam Dandaras do Norte, em 2017, ao notar a falta de incentivo e espaço para as mulheres nas batalhas. A ideia atraiu várias delas, tirando muita coisa escrita das gavetas e desdobrando-se em disputas nacionais e novas artistas. Daniel ADR também veio das batalhas de MCs regionais e nacionais até a criação da TQSS - grupo de rap com o qual abriu shows de artistas como Rincon Sapiência e Djonga. Hoje, na carreira solo, expande o ritmo indo das tradicionais batidas de boombap até o estilo southern trap.

O rapper e antropólogo Bruno B.O. fez pesquisas durante toda sua trajetória acadêmica sobre a cultura hip-hop, se tornando o primeiro MC de rap brasileiro a conquistar o título de doutor em exercício. Ele também orgulha-se de ter gravado “Afro-Amazônico”, o primeiro DVD de hip-hop do Norte do País e que deve sair ainda este ano, incluindo o encontro do rapper com artistas como Mestre Laurentino e Keila - que se tornou conhecida pelo tecnobrega da Gang do Eletro, mas também vem experimentando mesclar o ritmo ao trap em sua carreira solo.

E tem Pelé do Manifesto, com lançamentos como “Gueto Flow, Preto Show”, álbum financiado por edital nacional no qual o artista alia o seu rap a toda black music brasileira. Mas ele, ao lado de Everton MC, também é uma prova de que o preconceito à estética do hip-hop permanece. Os dois tiveram que vencer um processo na Justiça para que a música “A Voz do Gueto” participasse do Festival Virtual “Embalando a Arte na Rede”, promovido pela Fundação Cultural de Belém-Fumbel, em junho. A comissão do festival vetou a participação deles sob acusação de que a letra, que denuncia o assassinato de jovens na periferia, faria “apologia à violência”.

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