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CUPIDO

Programa 'Amor sem fim' da 99FM atravessa gerações e unindo corações apaixonados

Amor sem fim pelas ondas do rádio

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Imagem ilustrativa da notícia Programa 'Amor sem fim' da 99FM atravessa gerações e unindo corações apaixonados camera O locutor Aelson Silva diz que sucesso do rádio está na intimidade com os ouvintes. E são eles que pedem a permanência do “Clube da Amizade”, garante o diretor de programação da 99FM, Jorge Kobara. | Irene Almeida

Se não fosse o rádio, eu não o teria conhecido”. É assim que Cristina - que prefere usar pseudônimo para preservar a intimidade - define a importância do veículo para a relação que tem com o atual marido, Jorge. Casados há cinco anos, foi a partir de um programa de rádio que eles se conheceram. Ela, solteira há meses, se cadastrou em um quadro voltado para a promoção de encontros. Jorge, também solteiro, se interessou pelo que ouviu sobre ela durante a transmissão ao vivo e entrou em contato com a rádio para conseguir o telefone de Cristina. O responsável pelo empurrãozinho? O programa “Amor Sem Fim”, da 99FM.

Transmitido pela emissora desde 1993, o “Amor Sem Fim” tem a proposta de oferecer uma seleção musical romântica “para corações apaixonados” e também facilita o contato entre ouvintes que queiram se conhecer. Isso é feito através do “Clube da Amizade”, quadro do programa em que os ouvintes informam suas características físicas, além de idade e principais interesses. O anúncio desses perfis é lido religiosamente pelo locutor do programa, ao vivo. Os candidatos interessados ligam para a rádio e, daí para frente, é com os ouvintes. Durante esses 26 anos de existência, vários relacionamentos já foram feitos (e desfeitos), tendo o “Amor Sem Fim” como cupido.

“Eu sempre ouvia histórias de que já tinha acontecido, mas não imaginava que ia acontecer comigo. Quando a gente conta, tem gente que se admira, acham que é só história, mas é realidade, eu sou realidade. Eu já escutava o programa, fui na rádio por curiosidade, e na hora do ‘Clube da Amizade’ me inscrevi porque queria saber se ia acontecer alguma coisa”, diz Cristina, que chegou a receber vários telefonemas no dia em que se cadastrou no programa, mas o amor deu seus sinais de imediato.

“Eu acho que é fácil de acontecer: eu me identifiquei logo com ele, gostei da conversa dele, da voz, até da maneira dele atender o telefone, me chamando de ‘oi querida’, até hoje. A gente não tem relacionamento de marido e mulher, mas de namorado”, conta.

Rita Oliveira e Bruno Nascimento já eram ouvintes do programa e se conheceram no grupo de WhatsApp criado pelo locutor do “Amor Sem Fim”. Oito meses depois estavam casados.
📷 Rita Oliveira e Bruno Nascimento já eram ouvintes do programa e se conheceram no grupo de WhatsApp criado pelo locutor do “Amor Sem Fim”. Oito meses depois estavam casados. |(Divulgação)

Segundo o diretor de programação da rádio 99FM, Jorge Kobara, mesmo com o avanço da tecnologia e algumas mudanças no programa, o quadro do “Clube da Amizade” não tem previsão de término. “Hoje em dia as pessoas já fazem esse contato através de aplicativos de internet, mas a gente recebe uma negativa muito grande do público para não terminar o ‘Clube da Amizade’. É que embora a tecnologia de 26 anos para cá tenha crescido de maneira meteórica, o quadro continua tendo uma essência dentro do programa, ele continua sendo um dos pilares que fazem o ‘Amor Sem Fim’. Então, como a gente faz programa para o ouvinte, o público quer que continue o ‘Clube da Amizade’? Então a gente vai continuar”, ressalta Kobara.

Ao longo dos anos, o programa já teve vários locutores, entre ele o radialista Barriery Ramon, que permaneceu mais tempo à frente do microfone e chegou a ser padrinho de 16 casamentos entre ouvintes. Atualmente há uma transmissão especial aos domingos, apenas com programação musical, mas de segunda a quinta-feira vai ao ar o formato consagrado, com a participação dos ouvintes, tradução de músicas, recadinhos e a apresentação do radialista Aelson Silva, que reúne uma legião de fãs que ele prefere chamar de amigos, e com os quais conversa pelo próprio número do WhatsApp particular.

“Muita gente pensou que isso era loucura, mas eu fiz uma experiência, e deu certo, as pessoas respeitam muito esse número. Quando eu dei meu número, me tornei mais próximo das pessoas. A ideia foi dizer ‘eu sou teu amigo’’, e é assim que eu vejo os ouvintes, como meus amigos, como as pessoas que dividem o meu dia a dia. A gente está aqui trocando ideia no dia a dia, e muitas vezes as pessoas conversam comigo assuntos pessoais via WhatsApp. Então ficou mais fácil para elas mandarem um alô [pelo aplicativo] que usar o telefone convencional, porque hoje em dia todo mundo tem um celular”, diz.

LINHA DIRETA

É a partir do WhatsApp que agora os ouvintes interagem com a rádio, inclusive criando grupos no aplicativo, trocando mensagens independente do programa. Um espécie de precursor do Tinder. No grupo, os ouvintes interagem fora do horário da programação e chegam a marcar encontros presenciais em clubes, pizzarias, shoppings, ou seja, é um contato que se estendeu, foi para além do programa. Lá se formam amizades, relacionamentos amorosos, e inimizades também. Existem pessoas que nunca se encontraram, mas que constroem um vínculo muito forte e se falam todos os dias, compartilham preocupações e segredos. Acabam se definindo como família. O programa e o locutor atuam como um laço que reúne todos eles.

Um desses relacionamentos formados a partir dos grupos é o da ouvinte Rita Oliveira, que conheceu o marido Bruno Nascimento no grupo “Amigos do Aelson”. Ambos são fãs assíduos da programação da 99FM e ouvintes fiéis do “Amor Sem Fim”. “Nós não nos conhecíamos pessoalmente, fomos nos conhecer após um mês de conversa. Mas já estávamos namorando pelo WhatsApp, e estávamos namorando firme! Nos falávamos toda noite, toda hora. Ouvíamos o programa e ele mandava mensagem para mim, eu mandava mensagem para ele. Só não estávamos morando juntos, ele morava na casa dele e eu na minha, mas a gente escutava junto, ele lá e eu na minha casa. Depois de oito meses, fomos morar juntos”, diz a ouvinte, que, além de ajudar a administrar o grupo, também gosta de visitar a rádio e o locutor, com quem criou um vínculo de amizade.

Para Aelson Silva, é essa aproximação que o rádio oferece que o faz continuar. “Às vezes eu quero ouvir alguém falar o meu nome nas ondas do rádio, quero ouvir alguém contar uma história. Tem muita gente que pensa que o celular e a facilidade de você ter música nele iria acabar com o rádio. Eu acho que não. O rádio é ainda esse cara que fala com você, que te informa, que dá a hora, que toca uma música, que conta o nome de quem canta, ainda é isso”, defende o radialista.

*Vanessa Monteiro é jornalista, acompanha o programa desde 2007 e decidiu transformar o “Amor Sem Fim” em tema da sua dissertação de mestrado, orientada pela professora Netília Seixas, no Programa de Pós-graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia, da Universidade Federal do Pará (UFPA). A pesquisadora passou um ano observando e interagindo com ouvintes de um dos grupos formados a partir do “Amor Sem Fim”, o “Amigos do Aelson”, criado há cinco anos.

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