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Ciclo de debates do “Diário Contemporâneo” encerra hoje com foco na obra de Paula Sampaio

O encontro terá a transmissão ao vivo pelo canal do evento no YouTube.

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Imagem ilustrativa da notícia Ciclo de debates do “Diário Contemporâneo” encerra hoje com foco na obra de Paula Sampaio camera Imagem da exposição “O Lago do Esquecimento”, em que a artista observa os impactos da hidrelétrica de Tucuruí | Paula Sampaio

O “11º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia” encerra o seu ciclo de debates neste sábado, com Paula Sampaio, artista convidada desta edição. A conversa sobre o “O Lago do Esquecimento e os Esquecimentos” ocorre às 17h30, e contará com a mediação de Mariano Klautau Filho, curador geral do Diário Contemporâneo, e Alberto César Araújo, fotógrafo e pesquisador amazonense, especialmente convidado para acompanhar Mariano no debate. O encontro terá a transmissão ao vivo pelo canal do evento no YouTube.

Paula Sampaio nasceu em Belo Horizonte e migrou para a Amazônia ainda criança com a família. Formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal do Pará, e atuou como fotojornalista por muitos anos. Ocupação, colonização da região, memórias orais e patrimônio imaterial são alguns dos temas recorrentes em seu trabalho. Suas séries são reflexões sobre a natureza e a fragilidade dos seres.

Na conversa de hoje, Paula Sampaio conversará sobre o conjunto de trabalhos que constituem a sua exposição individual “O Lago do Esquecimento”, realizada especialmente para esta edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, “assim como sobre seu trabalho fotográfico desenvolvido desde os anos 1980 sobre as grandes estradas que cortam a Amazônia e as populações e cidades que foram se formando no traçado dessas rodovias”, antecipa Mariano Klautau Filho, que também assina a curadoria da exposição da artista convidada. “Serão tratados também temas como a preservação e a difusão das imagens contemporâneas da região e seus acervos e arquivos”, explica o curador.

“O Lago do Esquecimento” é um projeto que traz denúncia e uma reflexão sobre os impactos que o dito “desenvolvimento” traz à vida das pessoas. Nesse foco, registra especificamente uma comunidade que existia com suas histórias, vivências e sonhos onde hoje é o lago sem vida da hidrelétrica de Tucuruí. Lançado no formato de livro em 2013, o ensaio continua a reverberar até hoje.

Mariano Klautau e Paula Sampaio observam a publicação da artista na abertura da exposição
📷 Mariano Klautau e Paula Sampaio observam a publicação da artista na abertura da exposição |Irene Almeida

“Estamos vivendo um momento único da humanidade, fomos todos profundamente afetados por essa pandemia que nos levou a rever nossas formas de vida. E esse trabalho fala da finitude e fragilidade dessa vida terrena para todos os seres e também dos novos começos que surgem diante das ‘mortes’ e esquecimentos que nos atravessam cotidianamente, questões que estão pairando sobre nós e também estão presentes nessa edição do ‘Prêmio’. Nesse sentido, no texto que apresenta esse trabalho escrito por Mariano Klautau Filho existe uma indagação muito instigante e pertinente. A partir de tudo que vemos e sentimos, ele lança a pergunta: afinal ‘o mundo ainda é bonito?”, reflete a artista, atualmente responsável pelo Núcleo de Fotografia do Centro Cultural Sesc Ver-o-Peso e dedicada a organizar seu arquivo pessoal.

Sobre ter o ensaio de Paula Sampaio nesta edição, o curador observa que é de “toda a importância por no mínimo três razões: mostra a dimensão formal trágica que tem o trabalho da Paula, a contundência com que ela tratou o episódio do Lago de Tucuruí como uma floresta fossilizada e, em especial, a urgência do tema quando a Amazônia e as florestas brasileiras têm sido tratadas com um plano de destruição pelo atual governo federal”.

Na exposição, as imagens estão presentes em mais de um formato. Além das fotografias também existem carta, mapa, projeção e um encarte especial preparado pela artista. Tudo isso gera novas ideias e reflexões. “Está sendo muito bom para mim ver essa edição das fotografias do Lago se relacionando com os outros trabalhos que são desdobramentos (Árvore) ou estão na origem desse projeto (Antônios e Cândidas). Fiquei especialmente feliz com a impressão e veiculação encartada no jornal DIÁRIO DO PARÁ do caderno ‘Antônios e Cândidas têm sonhos de sorte’. Ver as pessoas que fotografei e que me contaram suas histórias de vida ocupando esse espaço era um sonho da fotojornalista que sempre fui. Essa ideia materializada, por exemplo, já está gerando outros desdobramentos”, conta Paula.

DIÁLOGO

A exposição, que está montada no Museu do Estado do Pará, é resultado de um processo de muito diálogo e colaboração. “É a primeira vez que a fotógrafa reúne um conjunto expressivo do material do lago de Tucuruí em uma exposição. Creio que o trabalho merecia ser exibido em um espaço como o MEP. Estou muito contente com o resultado”, comemora o curador.

Mariano ainda acrescenta que o encarte era um sonho antigo de Paula Sampaio. “Fiquei muito contente em contribuir com a realização desta peça, porque o suporte do encarte jornalístico é um meio que ela conhece muito por ter trabalhado no fotojornalismo impresso. Além de reunir uma somatória de suas experiências com os relatos dos moradores das várias regiões que ela fotografou ao longo das décadas, se transformou em sua primeira publicação de artista que foi para as bancas encartada em um jornal diário. Isso tem uma força e coerência muito importantes do ponto de vista conceitual do trabalho da Paula.”, detalha o curador. “A projeção também se revela como abrangência do seu trabalho documental já que se trata de um dos vídeos que performam um ato político, uma espécie de ação artística na paisagem do lago. São processos que já fazem parte do trabalho e queganharam destaque nesta exposição”, pontua.

VISITAÇÃO

As mostras “Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos”, com curadoria convidada de Rosely Nakagawa, e “O Lago do Esquecimento”, individual de Paula Sampaio, com curadoria de Mariano Klautau Filho, seguem abertas ao público até este domingo, 20, no Museu do Estado do Pará. A visitação presencial que deve ser agendada pelo site.

VEJA

Conversa “O Lago do esquecimento e os esquecimentos”, com Paula Sampaio e mediação de Mariano Klautau Filho e Alberto César Araújo

Quando: Hoje, às 17h30

Onde: Canal do YouTube do projeto

Informações: (91) 98367-2400, diariocontemporaneo [email protected] e pelo site

Realização: DIÁRIO DO PARÁ

Apoio institucional: Museu do Estado do Pará, Sistema Integrado de Museus, Secretaria de Estado de Cultura e Museu da UFPA

Colaboração: Sol Informática

Patrocínio: Alubar

Patrocínio master: Vale

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