
O encontro de 13 povos indígenas do Baixo Tocantins e suas artes ocorrerá pela quarta vez durante este final de semana (26 e 27), com a realização da IV Mostra de Arte Indígena do Tapajós, o MUTAK – que na língua indígena Nheengatú significa Mukameẽsawa Tapajowara Kitiwara. Desta vez, por conta da pandemia, a programação será virtal, tendo como tema é “Ancestralidade Conectada”. A edição é contemplada pela Lei Aldir Blanc.
O evento que ocorre desde 2016, promove cantos, danças, culinária, artes e a união das tribos Apiaka, Arara Vermelha, Arapiun, Borari, Munduruku Cara-Preta, Kumaruara, Munduruku, Maytapú, Jaraqui, Tapuia, Tapajó, Tupaiú e Tupinambá. Tratam-se de povos originários que enfrentam inúmeras dificuldades por conta da violação dos seus direitos fundamentais que ameaçam suas identidades. E é por meio de encontros como o MUTAK, que os povos buscam expressar artisticamente suas ancestralidades a fim de proteger a memória, tradição e valorizar os saberes e fazeres.
“Aqui há muita divergência entre os próprios povos tradicionais. Dessa forma, o evento é uma maneira de realizar o intercâmbio a partir da arte e da cultura milenar dessas nações. Além de bater de frente com as narrativas de ultradireita que nega a existência dos indígenas na região”, afirma Israel Campos, um dos organizadores do evento.
Este ano, a Mostra vai transmitir rituais, desfile etno moda, roda de curimbó e outras atrações. A programação conta com transmissão de vídeos sobre os mestres dos saberes, oficinas de Grafismo Corporal - Cerâmica tapajônica e Teçume em Palha), podcasts exclusivos, roda de curimbó e ritual dos 13 povos da Baixo Tapajós/ regiões de rio: Arapiuns - Tapajós e Planalto Santarém.
A mostra tem formato totalmente aberto a todos os públicos a fim de evidenciar a arte da moda indígena, a culinária, pinturas em tela, grafismo corporal, música local, artesanato, medicina natural, audiovisual, e das multimídias que compõem as expressões indígenas.
A Mutak nasceu a partir da ideia de realizar uma exposição das cerâmicas tapajônicas pelas mulheres ceramistas indígenas: Vandria, Neila, Nilva e Nalva Borari, que logo resultou na Mostra de Arte Indígena do Tapajós. Desde sua primeira edição, a Mutak é realizado em Alter do Chão, no Território do povo Borari, próximo aos municípios de Aveiro, Belterra e Santarém, onde vivem os 13 povos. O evento costuma reunir cerca de 5 mil pessoas nos dois dias de intensa programação. Mas, por conta da pandemia, esse ano não reunirá os povos na praça do CAT em Alter do Chão para a celebração no Puracê - grande terreiro de festa.
“Em 2021, ano cheio de expectativas e experiências, as forças dos Ancestrais pedem calma e reflexão para caminharmos em conjunto na luta pelo respeito aos sagrados das águas, à fauna, às matas, aos povos e a saúde do planeta. A IV MUTAK, continuará vivenciando e fomentando a valorização e o protagonismo dos povos originários, apresentando suas diversas e autênticas expressões culturais indígenas”, destaca Israel.
Serviço
IV MUTAK: Ancestralidade Conectada
Quando: 26 e 27 de junho
Onde: Redes sociais - @mostradearteindigenadotapajos / @mutak_alter / YouTube - MUTAK - MOSTRA DE ARTE INDÍGENA DO TAPAJÓS
Site: https://www.mutak.art
Acesso gratuito
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