Artistas visuais com trabalhos em diferentes linguagens estão reunidos no projeto Museu de Arte Xumucuís, um espaço museológico em plataforma on-line, dedicado à pesquisa, documentação, preservação e difusão da arte contemporânea digital amazônica. Hoje, o espaço apresenta, em uma segunda etapa, trabalhos de Antônia Muniz, Henrique Montagne, Kambô e Moara Brasil. Na primeira, foram incorporados ao acervo trabalhos de Armando Queiroz, Galvanda Galvão, Melissa Barbery e Turenko Beça, com obras de videoarte, colagem e pintura digital.
“Eu participo com colagens, tanto visual, como fotomontagem. É importante falar que é um projeto a partir da pesquisa das artes visuais da Amazônia na internet, então tem o diálogo com os artistas e as várias artes de cada um. Tem material a partir do convite para o projeto, mas também tem acervos, seja de um tempo anterior, seja do período de pandemia, mas dentro de uma questão do alcance, a arte a partir de várias linguagens, deslocamento de território”, conta a artista visual Galvanda Galvão, que trabalha com colagem, vídeo, fotografia e tem no feminino o cerne de sua obra.
Seu processo de criação está ligado ao ato de pensar a arte em deslocamento, combinando várias linguagens, mas também propõe mostrar estratégias de experimentação e apropriação. “É importante destacar que o corte do meu processo busca um olhar próprio para alcançar o outro, a outra. Neste sentido, o projeto nos aproximou, e cada artista apresenta a sua poética visual. O projeto diz sobre partilha, e essas artes vão se misturando, formando uma grande amálgama. É uma exposição que se desloca e pode ser vista por várias pessoas e páginas em todo o mundo”, analisa.
Para a artista, a proposta é pensar justamente como alcançar um maior número de pessoas e pensar um pouco esse museu em deslocamento, e janelas que as redes propiciam. “Isso revela a potência de cada artista, em que a arte, em seus vários suportes, abre outras possibilidades para além das páginas virtuais”.
Com o trabalho de colagem a partir do reaproveitamento de revistas, ela reflete sobre a natureza poética, além da técnica e da objetividade. “Nessa questão, tem um aspecto mais surreal, fantástico. É a imagem que ganha outra dimensão. As revistas atendem a um grupo específico e, quando eu acesso essas imagens para fazer um recorte, ele passa por outra discussão. É um trabalho de construir e de reconstruir, construir e descontruir”, reflete.
Com curadoria de Ramiro Quaresma, que é doutorando em Artes/Cinema pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Museu de Arte Xumucuís tem coordenação geral da museóloga Deyse Marinho. Documentarista e artista visual, Ramiro atua ainda como professor do Instituto de Ciências da Arte (ICA/UFPA) desde 2014, lecionando nos cursos de Teatro, Dança, Cinema e Audiovisual e Produção Multimídia.
ACOMPANHE
Museu de Arte Xumucuís - Acervo #2/ Aquisições
Quando: De hoje a sexta-feira, 24
Onde: https://xumucuis.org/
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar