Professora e ativista negra é tema de samba-enredo em Belém

O Carnaval de 2022 já está sendo organizado após o hiato provocado pela pandemia de covid-19, que suspendeu os desfiles e as festas do Reinado de Momo a fim de prevenir o contágio pelo coronavírus. Em Belém, as agremiações já estão trabalhando para que a festa seja uma realidade no ano que vem.

Uma dessas escolas vai levar representatividade para a avenida dando destaque a uma das mais importantes figuras do movimento em defesa da igualdade racial e contra o racismo no Pará. A Escola de Samba Os Colibris vai homenagear a professora universitária Zélia Amador de Deus, figura de grande importância na militância do movimento negro de Belém.

O lançamento do samba-enredo ocorreu em uma casa noturna no último sábado (16), em Belém e a escola fez questão de contar com a presença de Zélia, que não escondeu a emoção de ser lembrada na avenida.

“Eu não esperava por isso, mas que bom que aconteceu, porque esse enredo trata da ancestralidade e da diáspora africana no mundo. Significa que não podemos deixar de passar tudo aquilo que pode representar resistência. Tudo aquilo que pode representar vida. Tudo aquilo que pode representar continuidade”, afirma.

Para o carnavalesco Paulo Anete, o momento é muito importante de levar a história da educadora para o Carnaval. “Além de fazer essa homenagem para a Zélia, nós fazemos do nosso próprio trabalho mais um grito para que as pessoas conheçam um pouco mais quem são esses herdeiros e herdeiras que defendem, com unhas e dentes, os direitos por uma sociedade mais igual, mais humana. Então, essa que é a proposta do enredo”, afirma.

Criada em 2002, a agremiação carnavalesca espera repetir a boa performance nos últimos anos e chegar com tudo no grupo principal do carnaval de Belém.