Cerca de 17 milhões de mulheres sofreram violência física, psicológica ou sexual no Brasil em 2020. A pesquisa, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela que uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência.
No Brasil, 45% das mulheres em situação de violência sofrem agressões diariamente; para 35%, a agressão é semanal e em média, a cada 8 minutos, uma mulher é estuprada. Nos primeiros seis meses do ano passado, 1.890 mulheres foram mortas de forma violenta e as principais vítimas são mulheres negras.
Para discutir sobre a resistência e o enfrentamento dessa realidade, entidades do movimento sindical e grupos de pesquisa de gênero, realizam uma programação nesta sexta feira, 26, alusiva ao Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher, celebrado dia 25 de novembro.
A data é uma homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, conhecidas como “Las Mariposas”, brutalmente assassinadas pelo ditador Rafael Leônidas Trujillo, da República Dominicana. O crime causou grande comoção naquele país em 1999, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas instituiu 25 de novembro como o Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher, em homenagem às “Mariposas”.
Em Belém, a ação coletiva organizada pela Associação de Docentes da UFPA (ADUFPA), em parceria com Associação de Docentes do Ensino Superior (ANDES-SN), Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Gênero Feminismos e Interseccionalidade da UFPA (GEPEGEFI) e Grupo de Ação Feminista e Antipatriarcal, do Conselho de Educação Popular da América Latina e Caribe (GAFA-CEAAL), realiza uma programação voltada para a troca de saberes, confraternização e reconhecimento de luta das mulheres na Amazônia.
“Nesses dois últimos anos de pandemia, a violência contra a mulher cresceu absurdamente no mundo inteiro. Essa programação será um dia de resistência e enfrentamento, mas é também um momento de se abraçar e se acarinhar”, destaca a diretora adjunta da ADUFPA Adriane Lima.
Para falar sobre o enfrentamento da violência contra as mulheres, participam da roda de conversa “Saberes, Lutas e Resistências das Mulheres Amazonidas”, as professoras Luzia Gomes, Tarsila Maquiavel, Lúcia Isabel Silva, Joselene Mota e Leca Marinho. Durante todo o dia será realizada a Feira de Artesanato e alimentos orgânicos, com a produção das mulheres que fazem parte da Rede Bragantina de Economia Solidária.
Ainda durante a manhã será oportunizada uma oficina de Dança Circular. O dia encerra com a apresentação cultural do carimbó Cobra Venenosa, que tem como liderança a jornalista Priscila Duque, mulher negra e periférica que reproduz em suas letras a resistência da mulher amazônida. O show conta com a participação especial da professora Déia Palheta.
As atividades serão abertas ao público, a partir da 9h, na Casa do Professor.
Confira:
09h00 às 18h00 - Feira Artesanal e de Produtos Orgânicos
09h30 - Dança Circular com Bianca Brito
15h00 - Roda de Conversa: Saberes, Lutas e Resistências das Mulheres Amazonidas
18h00 - Grupo de Carimbó Cobra Venenosa, com participação de Déia Palheta
Serviço:
Circularidades, Saberes e Ritmos: Artes e Lutas
Data: 26 de novembro
A partir das 9h00
Local: Casa do Professor- Rua dos Caripunas, 3459, entre 3 de maio e 14 de abril – Cremação
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