Depois do clipe de Anitta, é a vez do Rock in Rio. Dentro da “nave”, uma instalação de arte multimídia em 360º que terá à frente a artista visual Roberta Carvalho e a cantora Aíla. A terceira ponta dessa tríade paraense é o artesão João do Som, responsável pela estrutura que vai servir de palco para a imersão da Amazônia Contemporânea dentro do festival carioca.
João do Som diz que sempre “tem que puxar pela mente” para criar projetos diferentes e não se repetir como artista. “Se não procurar evoluir, você fica para trás. Tem que procurar algo para ir se destacando, aos poucos para continuar no mercado. Senão estagna, fica repetitivo, sem graça, tem que fazer sempre pensando com um visual bom”, avalia.
Confira a entrevista:
P O que é ser artesão das aparelhagens?
R Uma pessoa normal, comum, sem orgulho, mas me envaideço pelo nosso trabalho. Toda honra e toda glória é de Deus, porque foi ele quem me deu esse dom e quem me dá inspiração para esses trabalhos.
P Quem lhe deu o nome de João do Som?
R Logo no começo, fiz uma aparelhagem lá em Castanhal. Ele [o cliente] quem deu esse nome, criou uma mídia no som dele e foi na rádio e começou a ser anunciado. Aí marcou. No começo eu ficava envergonhado, mas depois aderi, porque todo mundo só me chamava assim.
P Qual a marca principal do João em todas as naves?
R Meu registro é o acabamento e a qualidade do serviço. Procuro usar bons materiais. Os principais são acrílico, compensado, aço e LED.
P João, fizestes algum curso de capacitação para atuar ou se aperfeiçoar nessa área que tem dado tanto sucesso?
R Nunca entrei numa aula para fazer artes, tudo veio no princípio quando me ensinaram errado. Aquela pessoa de me jogar para baixo fez com que me impulsionasse para cima, hoje entendo dessa maneira. E o projeto que a gente faz parece um filho da gente, que precisa cuidar e trabalhar em cima dele. A gente tem o prazer de fazer.
P Em média, quanto tempo as aparelhagens utilizam uma nave?
R Antes, as aparelhagens usava por uns cinco anos. Agora, a média é a cada trêr anos mudar o visual para não ficar para trás.
P Quanto tempo leva para construir uma nave de aparelhagem?
R Cerca de seis meses.
P Quais os grandes trabalhos já realizados que tiveram repercussão nacional?
R O projeto do Crocodilo, que participou do clipe de Anitta, foi feito por mim. Aquele projeto me deu uma alavancada também. Fui convidado para ir para o Rio de Janeiro, na época. Mas, estava recém-operado, agradeci o convite. Foi maravilhoso o reconhecimento. Atualmente criei a arte da nave para o Rock In Rio. Elaborei o projeto, fiz a maquete e apresentei para a Roberta Carvalho [artista visual]. Alguns ajustes foram feitos e estou muito feliz por ter sido escolhido para esse megaprojeto. Me sinto honrado. Também através de imagens e sons, meus trabalhos foram levados para fora do país, para Alemanha e França, por exemplo.
P Qual o grande diferencial do atual projeto para os demais que já fizeste?
R É uma obra gigantesca. Meu ateliê ficou pequeno para ela. A estrutura que foi criada é inédita, leva muito acrílico e iluminação em LED. Quando ligada, causa um impacto muito grande. Além disso, por dentro vai ter dois palcos para shows, em cima e embaixo. É uma nave de dois andares.
P Já tens outros projetos? Qual a expectativa daqui para frente?
R Sim, o nosso próximo projeto é uma radiola no Maranhão, uma espécie de nave pequena. Nossa expectativa é que surjam outros trabalhos no nível do Rock In Rio. Estamos mostrando nosso trabalho para isso, pois muita gente não conhece a cultura paraense. E temos conhecimento e capacidade para mostrá-la.
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