Entre os dias 16 e 18 de dezembro deste ano, o Festival Psica comemora 10 edições apostando na música periférica e na cultura paraense. Serão três noites misturando sonoridades de comunidades pretas e marginalizadas em todo o Brasil, com a valorização dos ritmos amazônicos dos rios, das matas e do asfalto. Um dos festivais pretos mais influentes do país, o Psica é realizado tradicionalmente no final do ano, em dezembro. Em 2022, depois de dois festivais gratuitos, do Dia do Meio Ambiente (5 de maio) e Dia da Amazônia (4 de setembro), que reuniram mais de 40 mil pessoas, a expectativa é de uma grande festa na comemoração dos 10 anos do evento.
Inspirados no movimento neo-cabano, o Psica vem dialogando sobre decolonialidade há vários anos. Nesta edição comemorativa, as profundezas de rios, matas e estradas abrem caminhos para celebrar a cultura amazônica a partir das cidades do interior e de suas manifestações culturais de resistência secular. O sincretismo religioso e a tradição cultural de indígenas e negros que hoje temos com a Marujada, o Çaíré, a festividade de São Sebastião no Marajó são temas que pautam a 10ª edição.
“O Psica faz parte de um movimento cultural, político e social que está acontecendo nessa cidade. Então, dentro do festival a gente discute temas pra fazer com que as pessoas, cada vez mais, se identifiquem com esse movimento. Desde 2018 a gente vem fazendo isso e se olhar pra trás, a gente sempre fala de pautas decoloniais. A gente não tá inventando uma narrativa, apenas contando o que já acontece, mostrando o poder e toda a força da cultura local”, explica um dos diretores do festival, Jeft Dias. “A gente fala muito com o público local pra ele se olhar, se enxergar, se ver em lugares de protagonismo e ocupar os espaços, mostrando nossa forma de pensar cultura, pensar mundo, a humanidade, que essa forma de pensar chegue em outras pessoas. É um movimento de dentro pra fora”, conclui Gerson Junior, diretor do evento.
Desde os conteúdos das redes sociais até a experiência com os espaços do evento, o tema norteia a conversa com o público e os fãs do evento. O responsável por esse trabalho é o artista visual Wellington Romário, que assina o manifesto da Psica Produções. “Realizar a ativação no festival sobre o contexto de uma nova cabanagem foi um desafio principalmente pelo tempo de construção em estéticas e linguagens das artes visuais que dão suporte para criar uma ambientação e representação de um novo lugar também. Esse novo lugar lança perspectivas de afetividade, força preta e periférica, gambiarras.Utilizar ícones que remetem à memória afetiva, afirmação de tecnologias inerentes ao território, e ainda assim deixar margem para livre assimilação e construção da sua experiência na atual cabanagem foram um rio condutor para a criação”, explica Romário sobre a experiência na última edição do evento.
Junto com o lançamento do festival, o Psica abre as vendas dos ingressos às cegas para os primeiros fãs que já quiserem garantir a participação no evento. R$100 é o valor do da meia estudantil e promocional do primeiro lote, que garante entrada para os dois dias pagos de evento. Os ingressos estão sendo vendidos em festivalpsica.byinti.com.
SOBRE A PSICA PRODUÇÕES
O Psica, muito além de um festival multicultural, é um movimento artístico preto e periférico nascido na Amazônia que vem alcançando influência em todo o Brasil. A Psica Produções também é responsável por um selo, a Psica Gang, que reúne 17 artistas da música e das artes visuais e que este ano assinou contrato de distribuição musical com a Warner Music Brasil.
Festival Psica 10 anos
16 a 18 de dezembro
INGRESSOS
Passaporte Psica
R$100,00 (meia estudantil / promocional)
festivalpsica.byinti.com
Realização:
Psica Produções
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