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Teatro em Belém: panoramas, perspectivas e celebrações

O jornalista e ator Leandro Oliveira Ferreira apresenta um panorama do teatro na Belém de 407 anos neste texto especial. Confira!

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Imagem ilustrativa da notícia Teatro em Belém: panoramas, perspectivas e celebrações camera O espetáculo "Joana" foi apresentado pelo Grupo Cuíra. | Divulgação

Belém tem na cultura seu maior trunfo e no teatro um dos seus pilares de resistência. A cidade, que chega aos seus 407 anos, vislumbra um momento significativo na renovação de um fazer comprometido com o seu tempo e os espaços que precisa ocupar para não apenas se manter em pé, mas pulsante.

Poderia citar um passado de grandes montagens e a importância delas, mas prefiro manter o olhar atento ao fazer de hoje, suas perspectivas e o que este novo tempo reserva.

É preciso reconhecer os esforços da administração municipal. Entre erros e acertos, há um esforço de valorização que há tempos não se via. Bienal, mesmo com os problemas de pagamentos aos artistas locais e o teatro Nazareno Tourinho, mesmo com a crítica da categoria ao espaço cênico do local, além da recente sanção da Lei Valmir Bispo, são bons ventos a se conferir nos próximos tempos.

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Esta movimentação resultou também na necessidade de reorganização da categoria com a recente fundação da Associação de Grupos de Teatro de Belém (AGTB), que conta principalmente com grupos históricos da cidade. Em pauta, a luta por valorização, fomento e políticas públicas para que o trabalho destes que pavimentaram o caminho até aqui não se perca e se mantenha firme e atuante, como deve ser, além de mais espaços para atividade teatral, uma reivindicação antiga.

Há décadas os espaços cênicos da cidade são insuficientes para o volume de produções realizadas pela cidade. Tantos resultados de processos teatrais belíssimos relegados a poucos dias de apresentações porque não há condições de se fazer longas temporadas em grandes teatros. Muitos se acostumaram a esta dinâmica, mas não se pode normalizar nunca tal limitação em uma capital pulsante como a nossa.

Jogo de cintura nunca faltou. Se não há teatros, casarões foram ocupados, sejam como espaço cênico, salas de ensaio ou cursos de teatro; realizando produções, gerando emprego e movimentando a cena. Um salve para o Espaço das Artes, Centro Cultural Atores em Cena, O Bardo, Casa de Artes Tiago de Pinho, Teatro de Apartamento e Casa Cuíra.

Aliás, a pluralidade impressiona. Seguimos montando as dramaturgias dos nossos autores, onde eu ressalto aqui o ótimo Batista em Corpo e Fúria do Grupo de Teatro Palha, com texto de Carlos Correia Santos; Queen num toque de Mágica, da A Liga do Teatro, um musical de Bárbara Gibson e Haroldo França e Joana, do Grupo Cuíra, obra de Edyr Augusto Proença.

Seguimos com atores fantásticos em grandes papéis. A Joana de Zê Charone, a Guiomar de Luana Oliveira, A Lérygou de Assucena Pereira, o Batista de Stéfano Paixão, o sempre gigante Claudio Barros em Solo de Marajó, o Eddie de Filipe Cunha, entre tantos outros.

O jornalista Leandro Oliveira Ferreira faz um balanço fundamental sobre uma das principais linguagens artísticas da cidade: o teatro.
📷 O jornalista Leandro Oliveira Ferreira faz um balanço fundamental sobre uma das principais linguagens artísticas da cidade: o teatro. |Arquivo pessoal

Seguimos com a retomada de festivais, como o maravilhoso Festival Internacional de Mulheres Cômicas do Pará organizado pelo núcleo Preciosas Ridículas, com a resistência brincante dos nossos Pássaros Juninos, com a produção de musicais de diversas companhias recentes que já nascem focadas nesta linguagem. Seguimos com a Escola de Teatro e Dança da UFPA (ETDUFPA) como expoente na formação de grandes artistas do Brasil e na produção de pesquisa teatral na Amazônia.

A saída de cena silenciosa da Companhia Atores Contemporânea ainda me dói, mas o teatro do movimento de Miguel Santa Brígida é patrimônio desta cidade e novos horizontes também se abrem. Alberto Silva Neto está na Escola de Teatro e Dança da UFPA com grandes atores em uma pesquisa que me enche os olhos acompanhar. O imenso Paulo Faria, após tantos anos radicado em São Paulo tendo realizado um trabalho memorável com o Pessoal do Faroeste, retorna, agora em Mosqueiro, com muitos cachorros, alguns gatos e a inquietação de um grande artista que tem tanto a contribuir com o teatro que seguimos produzindo.

Há quem tenha a coragem de me dizer que não há teatro em Belém e eu finalizo este texto com a certeza que não fiz justiça a grandiosidade dos tantos grupos que ofertam trabalhos de imensa qualidade ao povo desta cidade. Que os próximos anos nos reservem valorização, oportunidades, temporadas e a celebração do encontro dos artistas com o seu público.

Leandro Oliveira Ferreira é jornalista, ator, PcD, viajante e público assíduo. Acredita que a platéia do teatro é sempre um dos melhores lugares do mundo.

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