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Boi-bumbá de Salvaterra é tema de documentário

O documentário tem como objetivo eternizar folguedos juninos e fortalecer o acervo das memórias de resistências das comunidades quilombolas de Salvaterra.

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Imagem ilustrativa da notícia Boi-bumbá de Salvaterra é tema de documentário camera Gravação do documentário “O Boi-bumbá de Salvaterra e suas Comunidades Quilombolas”. | Divulgação

Será no sábado, dia 21 de janeiro, a partir das 19h, em Salvaterra, na ilha do Marajó, o lançamento do novo documentário do diretor Guto Nunes chamado de “O Boi-bumbá de Salvaterra e suas Comunidades Quilombolas”.

Com duração 53 minutos, o produto audiovisual contemplado pelo edital Prêmio FCP de Incentivo à Arte e à Cultura – 2022, conta a história de colocadores de bois-bumbás que ainda não haviam sido documentadas. A produção, gravação e edição do documentário durou 3 meses.

As filmagens aconteceram no período de 21 a 27 de novembro de 2022. Devido à extensa dimensão da ilha do Marajó, a produção audiovisual cobriu o município de Salvaterra.

Estão entre os registrados no documentário Mestre Damasceno, natural da comunidade quilombola do Salvá e amo do Búfalo-bumbá Segredo das Meninas; Amo Reginaldo; do Boi-bumbá Sete Estrelas (comunidade quilombola de Mangueiras ); a madrinha do Boi Brinquedo; Páscoa Sarmento (comunidade quilombola do Bairro Alto); Mestre Robledo e o Grupo Paracauari (Salvaterra – Boi-bumbá Garantido); a madrinha do Boi Flor do Campo; dona Eloísa Trindade (Passagem Grande); Alana Modesto e Edinara Modesto; madrinhas do Boi Pimpão; o Grupo Unidos do Marajó (Boi-bumbá Primavera) e ainda os mestres Zampa, Pau Que Ronca e Vavá, que faleceram no decorrer do ano de 2022.

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Para a herdeira do legado de mestre zampa, Gildeth dos Santos, servidora pública no quilombo do Bairro Alto, a realização deste documentário tem muita importância ,”pra mim é muito importante esse documentário,pois assim sei que meu pai se foi, mas que a memória dele vai continuar viva através desse documentário. Então assim, a gente acha muito gratificante saber que o legado de meu pai não vai acabar, que o legado de meu pai vai continuar, ele fez um legado muito bonito” , afirma Gildeth, a filha do mestre.

Este não é o primeiro documentário do diretor Guto Nunes dedicado ao Marajó. A relação do diretor e o maior arquipélago da América Latina começou ainda na infância na casa de veraneio, localizada em Salvaterra, e se solidificou por meio de amizades com os moradores, como a relação que se consolidou com mestre Damasceno, com quem realiza trabalhos desde 2005. Em 2013, Guto realizou “Mestre Damasceno – O Resplendor da Resistência Marajoara” e recebeu os prêmios de Melhor Documentário do Festival Internacional de Cinema (2015), o de Melhor Documentário e Melhor Direção no Festival Audiovisual de Belém (2015).

Desta vez, outros personagens estão na lente do diretor que também é fotógrafo, produtor cultural e professor. O documentário pretende eternizar folguedos juninos, fortalecer o acervo das memórias de resistências das comunidades quilombolas de Salvaterra, com foco nas tradicionais brincadeiras do folguedo do Boi-Bumbá. O objetivo é trazer para as telas os protagonistas e guardiões dessas manifestações.

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Após o lançamento em Salvaterra, o documentário “O Boi-bumbá de Salvaterra e suas Comunidades Quilombolas” será lançado no canal do Youtube da Gutunes Produções, a produtora responsável pelo desenvolvimento do produto audiovisual. “A Gutunes Produções surgiu a partir de uma necessidade de melhor organização do trabalho e emissão de nota fiscal. É uma empresa sediada em Salvaterra e que presta serviços exclusivamente para essa região. Está ativa desde 2019”, explica a produtora executiva, Ana Paula Gaia.

A equipe de gravação atua juntos há dez anos e é composta por nomes como Marcelo Rodrigues ( diretor de fotografia), Leo o Chermont (áudio) e Kleyton Silva (still). Na visão do diretor e também cinegrafista no documentário, Guto Nunes, a entrega da equipe e a parceria com empreendimentos locais é o que faz possível a realização de audiovisual na Amazônia, em específico numa ilha continental como o Marajó, “a gente tem que superar muitas coisas, né? Primeiramente temos que destacar a equipe. São pessoas que nos acompanham há mais de dez anos. E nos acompanham até hoje porque eles entendem que esse processo que a gente vive é muito além da técnica e muito além das etapas de produção. Em relação a logística, conseguimos subsidiar muitas coisas através da parceria com colaboradores do Marajó”, finaliza Guto.

Serviço:

Lançamento dia 21/01/2023, às 19h, no Espaço Cultural Encanto Tayná. Endereço: Oitava Rua, entre PA e Rua Paulo Ribeiro. Bairro: Marabá. Salvaterra-Pará.

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