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Autismo é tema de escola de samba no carnaval de Belém

A agremiação Império Pedreirense tem como enredo o TEA, tema ainda considerado muito sensível e repleto de tabus e preconceitos.

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Imagem ilustrativa da notícia Autismo é tema de escola de samba no carnaval de Belém camera Império Pedreirense vai levar temática do Autismo para a Aldeia Amazônica no desfile de Carnaval de Belém neste sábado (11) | Reprodução

Em 2023, após anos difíceis de pandemia e restrições sanitárias, a festa de Carnaval voltará a ser feita nos mesmos moldes de antes da Covid-19 se espalhar globalmente. Para muitos, o retorno triunfal vai muito além de festejar a vida, dançar e curtir as tradicionais marchinhas e sambas-enredo.

A escola de samba Império Pedreirense vai trazer para o desfile de Carnaval de Belém um tema que ainda é carregado de preconceitos na sociedade: o Autismo. As alegorias, o samba-enredo e as vestimentas dos brincantes farão alusão à temática escolhida pela agremiação este ano.

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A nível nacional, a escola de samba do bairro da Pedreira se junta a outras agremiações que também vão trazer ou já trouxeram este tema para as ruas e avenidas, tais como o Boi da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, neste ano; e a Mocidade da Praia, no Espírito Santo, em 2020.

Para muita gente, a união entre pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Carnaval não estabelece uma boa ligação, visto que o barulho e a aglomeração vista nos desfiles podem servir de gatilhos para crises nestas pessoas, então a festa não contará necessariamente com a presença de autistas.

Brincantes e demais integrantes da Império Pedreirense vão abordar o tema de forma lúdica, colorida e animada
📷 Brincantes e demais integrantes da Império Pedreirense vão abordar o tema de forma lúdica, colorida e animada |Reprodução

Mesmo assim, os integrantes da escola de samba enxergam esta como uma oportunidade de evidenciar a pauta da inclusão na sociedade. De acordo com Carlos Pinto, diretor de Carnaval da Império Pedreirense, a sugestão veio depois de sua filha ter sido diagnosticada com TEA.

“Com o tempo em que ficamos fazendo terapias, consultas e tratamentos com ela, a gente começou a perceber a grande dificuldade em lidar com o olhar de rejeição e o preconceito da sociedade com os autistas. Por isso decidimos abordar este tema, com base na intolerância que vivemos”, explica.

E a Império Pedreirense, sob o enredo “TEA: Temos o Elixir do Amor”, vai trazer o tema de uma forma lúdica, colorida e animada para o desfile deste sábado (11), que será sediado na Aldeia Amazônica, em plena avenida Pedro Miranda, no bairro da Pedreira.

“Estaremos em três módulos, que vão fazer a composição da evolução do desfile: o primeiro vai explicar o que é o Autismo; o segundo vai mostrar o preconceito, a intolerância e a discriminação da sociedade ; e o terceiro é o acolhimento, onde o Pará se tornou referência em tratamento do Autismo, por meio de políticas públicas, e o acolhimento da família e amigos”, ressalta Carlos.

“Os admiradores do Carnaval de Belém podem esperar muita animação, alegria e canto. Os pais de autistas estão muito felizes, assim como nossa comunidade e o público estão com grandes expectativas. Esperamos, além de vencer a disputa com as demais escolas de samba, fazer com que as pessoas enxerguem os portadores de TEA com outros olhos”, completa.

E já que as pessoas com Autismo não poderão participar do desfile, a Império Pedreirense convidou outras figuras ligadas com a temática para representá-los: pedagogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, neuropediatras e muitos outros profissionais vão fazer parte da escola de samba em todas as alas.

O QUE É O AUTISMO?

De acordo com o Ministério da Saúde, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.

Alguns sinais de alerta no neurodesenvolvimento da criança podem ser percebidos nos primeiros meses de vida, sendo o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade. A prevalência do transtorno é maior no sexo masculino e ainda não se sabe ao certo os motivos que levam ao surgimento da mesma.

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