A Diretoria da Festa de Nazaré (DFN) informa que a entrega do laudo dos testes realizados com a corda que será utilizada nas procissões do Círio deste ano, doada pela CTC, ocorrerá na segunda-feira, dia 12 de junho, às 10h, no Laboratório de Engenharia Civil (LEC), localizado no Centro Tecnológico da UFPA, campus Guamá. Na ocasião, estarão presentes representantes da UFPA, DFN, CTC e Governo do Estado.
Pela primeira vez a corda do Círio de Nazaré, um dos principais ícones da festividade, usada nas duas maiores e mais tradicionais procissões, o Círio e a Trasladação, será produzida totalmente no estado do Pará. A corda é uma doação da empresa Castanhal Companhia Têxtil (CTC) à Diretoria da Festa de Nazaré (DFN), em parceria com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme).
Um protótipo de 50m foi produzido pela empresa CTC e testado no laboratório da UFPA. Após a entrega dos laudos, será iniciada a produção da corda utilizada nas procissões, que terá 800 metros de comprimento com partes de 400 metros, para cada romaria, tendo 50 milímetros de diâmetro. Ela já virá adaptada às estações de metal que auxiliam no traslado das berlindas durante as romarias.
Sisal
A corda utilizada no Círio e na Trasladação é feita de sisal, uma fibra vegetal muito dura e resistente. Na verdade, trata-se de uma opção resistente e agradável ao tato, e por conta disso, é ideal para uso nas procissões.
Nesta nova proposta da CTC, a corda será produzida por uma composição de fibras de malva e de juta, todas elas plantadas e cultivadas na região amazônica. Esta nova composição fica mais macia ao toque das mãos, pela presença da malva, sem, no entanto, perder resistência, em razão dos fios de juta.
Quanto ao seu processo de transformação em fios, são muitos os estágios de fabricação, desde a colheita, até a produção final. A CTC é uma empresa familiar fundada em 1966, em Castanhal, e possui 1.100 empregados.
Histórico
A corda passou a fazer parte do Círio em 1885, quando uma enchente da Baía do Guajará alagou a orla desde próximo ao Ver-o-Peso até as Mercês, no momento da procissão, fazendo com que a berlinda ficasse atolada e os cavalos não conseguissem puxá-la.
Os animais então foram desatrelados e um comerciante local emprestou uma corda para que os fiéis puxassem a berlinda. Desde então, foi incorporada às festividades e passou a ser o elo entre Nossa Senhora de Nazaré e os fiéis.
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