A diversidade cultural do Pará vai além das festas religiosas e tradicionais: é o Estado que tem a maior variedade de práticas culturais indígenas. Uma delas acontece no final de julho, o Festival das Tribos Munduruku e Muirapinima, o Festribal de Juruti, no Baixo Amazonas, maior evento folclórico do Pará. Na semana passada, a prefeita do município, Lucidia Batista, esteve em Brasília para audiência com o senador Jader Barbalho (MDB), quando oficializou um convite para que o parlamentar participe da festa. Neste ano, o festival entra em sua 29ª edição.
O senador confirmou que estará no município no dia 29. “É um momento especial, quando festejamos a vitória da democracia e o retorno de políticas públicas voltadas aos povos originários, festejamos esse evento simbólico que atrai a atenção para os povos da nossa Amazônia”, ressaltou, ao agradecer o convite.
Jader Barbalho reforçou sua determinação em trabalhar pela valorização da cultura paraense. “Nossa diversidade cultural faz do Pará um estado ímpar, nos diferencia e faz parte da formação de nosso povo. Valorizar todos que fazem a cultura do Pará é uma meta que tenho perseguido e que tenho especial orgulho das nossas tradições. É um evento que valoriza a história e resgata em forma de espetáculo a cultura indígena”, enfatizou.
O Festival das Tribos Indígenas de Juruti representa o duelo de arte e cultura indígena entre as tribos Munduruku e Muirapinima, torcidas que participam do evento que acontece no centro cultural “Tribódromo”, com capacidade para cinco mil pessoas, construído na cidade. Desde 2008, o Festival é considerado Patrimônio Cultural do Pará pela Lei Estadual nº 7.112; e desde 2011, pela Lei Municipal nº 1.010/2011, foi reconhecido como Patrimônio Cultural do Município de Juruti.
TORCIDA
O evento ocorre todos os anos no final do mês de julho. Durante quatro dias, o festival conta com uma programação diversificada dentro da temática indígena, tendo como ápice a disputa entre as tribos Munduruku (vermelha e amarela) e Muirapinima (vermelha e azul). No espaço, alegorias, dança e cantos indígenas regem o espetáculo a céu aberto. A participação da torcida é fundamental, pois a interação com as tribos também faz parte da festa realizada pela Prefeitura de Juruti.
Cada tribo mobiliza cerca de 800 participantes em vários contextos. Como nos grandes festivais da Amazônia onde a disputa é acirrada, a comissão de julgadores em Juruti é formada por profissionais dos segmentos artísticos, escolhidos em vários estados, sendo vetada a região Norte. Os notáveis atribuem notas observando quesitos técnicos e artísticos de itens como Índia guerreira, porta-estandarte, o guardião tribal, galera, harmonia e evolução, canto indígena, originalidade, letra e música, tribo coreografada, apresentador, pajé, entre outros.
Durante todo o espetáculo a cultura indígena é retratada em quadros inéditos, seja em forma de música, nas artes cênicas, nas alegorias ou nas danças. O modo de vida do ribeirinho da Amazônia, o jeito peculiar do caboclo, do pescador, do caçador ou do farinheiro inspiram a criatividade dos artistas que dedicam meses para o espetáculo.
VALORIZAÇÃO
“É um belíssimo evento que valoriza a história e resgata em forma de espetáculo a cultura indígena. E neste ano, acredito, vai reforçar a resistência dos nossos originários em um ritual de cores, luzes, fantasias, artes cênicas, alegorias, coreografias e musicalidade regional”, informa o senador Jader. “É um evento que o Pará precisa conhecer, que o Brasil precisa conhecer. Precisamos divulgar esse festival” frisa o senador.
O evento é considerado um importante instrumento de fomento ao turismo na região de Juruti, com ampla participação, o que contribui para a difusão da cultura e para o desenvolvimento regional. Juruti é destaque na área cultural pela grandiosidade do evento, comparado aos grandes festivais. Com o grande público que todos os anos participa da festa, a prefeitura monta estrutura na segurança, saúde e serviços.
PARA ENTENDER
O FESTRIBAL
O Festribal nasceu de uma ramificação do Festival Folclórico de Juruti, onde se apresentavam cordões de pássaros, quadrilhas, bumba-meu-boi e carimbó. De 1995, quando o evento teve sua primeira edição, até hoje, a tribo Munduruku já venceu 16 vezes e a Muirapinima conquistou 13 títulos de campeã. A disputa entre as tribos começou em 1995 e hoje projeta o município para o turismo, potencializando o desenvolvimento social e econômico da cidade. Todos os anos é escolhido um tema para o Festribal com o objetivo de manter viva na memória da população a história cultura do povo.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar